Arte Egípcia
A arte Egípcia surgiu a mais de 3000 anos
A.C., mas é entre 1560 e 1309 A.C. que a pintura Egípcia se
destaca em procurar refletir os movimentos dos corpos e por
apresentar preocupação com a delicadeza das formas.
O
local a ser trabalhado primeiramente recebia um revestimento
de gesso branco e em seguida se aplicava a tinta sobre gesso.
Essa tinta era uma espécie de cola produzida com cores
minerais.
Os egípcios ao esculpir e pintar tinham o
propósito de relatar os acontecimentos de sua época, as
histórias dos Faraós, deuses e do seu povo em menor escala, já
que as pessoas não podiam ser representadas ao lado de deuses
e nem dentro de templos. Provavelmente eles não tiveram a
intenção de nos deixar a "arte" de seus criadores.
O
tamanho das pessoas e objetos não caracterizavam
necessariamente a distância um do outro e sim a importância do
objeto, o poder e o nível social.
Os valores dos
egípcios eram eternos e estáveis. Suas leis perduraram cerca
de 6.000 anos. O Faraó representava os homens junto aos deuses
e os deuses junto aos homens, assim como era responsável pelo
bem-estar do povo, sendo considerado também como um próprio
Deus.
Arte
e arquitetura do Egito, edifícios, pinturas, esculturas e artes aplicadas do antigo
Egito, da pré-história à conquista romana no ano 30 a.C.
A história do Egito foi a mais longa de todas as civilizações
antigas que floresceram em torno do Mediterrâneo, estendendo-se,
quase sem interrupção, desde aproximadamente o ano 3000 a.C.
até o século IV d.C.
A natureza do
país — desenvolvido em torno do Nilo, que o banha e fertiliza,
em quase total isolamento de influências culturais exteriores —
produziu um estilo artístico que mal sofreu mudanças ao longo de
seus mais de 3.000 anos de história. Todas as manifestações artísticas
estiveram, basicamente, a serviço do estado, da religião e do
faraó, considerado como um deus sobre a terra. Desde os primeiros
tempos, a crença numa vida depois da morte ditou a norma de
enterrar os corpos com seus melhores pertences, para assegurar seu
trânsito na eternidade.
A
regularidade dos ciclos naturais, o crescimento e a inundação
anual do rio Nilo, a sucessão das estações e o curso solar que
provocava o dia e a noite foram considerados como presentes dos
deuses às pessoas do Egito. O pensamento, a cultura e a moral egípicios
eram baseados num profundo respeito pela ordem e pelo equilíbrio.
A arte pretendia ser útil: não se falava em peças ou em obras
belas, e sim em eficazes ou eficientes.
O intercâmbio
cultural e a novidade nunca foram considerados como algo
importante por si mesmos. Assim, as convenções e o estilo
representativos da arte egípcia, estabelecidos desde o primeiro
momento, continuaram praticamente imutáveis através dos tempos.
Para o espectador contemporâneo a linguagem artística pode
parecer rígida e estática. Sua intenção fundamental, sem dúvida,
não foi a de criar uma imagem real das coisas tal como apareciam,
mas sim captar para a eternidade a essência do objeto, da pessoa
ou do animal representado.
Período
pré-dinástico
Os primeiros
povoadores pré-históricos assentaram-se sobre as terras ou
planaltos formados pelos sedimentos que o rio Nilo havia
depositado em seu curso. Os objetos e ferramentas deixados pelos
primeiros habitantes do Egito mostram sua paulatina transformação
de uma sociedade de caçadores-catadores
seminômades em agricultores sedentários. O período pré-dinástico
abrange de 4000 a.C.
a 3100 a.C.,
aproximadamente.
Antigo
Império
Durante as
primeiras dinastias, construíram-se importantes complexos funerários
para os faraós em Abidos
e Sakkara. Os hieróglifos (escrita figurativa), forma de escrever
a língua
egípcia,
encontravam-se então em seu primeiro nível de evolução e já
mostravam seu caráter de algo vivo, como o resto da decoração.
Na III
dinastia, a capital mudou-se para Mênfis e os faraós iniciaram a
construção de pirâmides,
que substituíram as mastabas como tumbas reais. O arquiteto,
cientista e pensador Imhotep construiu para o faraó Zoser (c. 2737-2717 a.C.) uma pirâmide em degraus de pedra e um grupo de templos,
altares e dependências afins. Deste período é o famoso conjunto
monumental de Gizé,
onde se encontram as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos.
A escultura
caracterizava-se pelo estilo hierático, a rigidez, as formas cúbicas
e a frontalidade. Primeiro, talhava-se um bloco de pedra de forma
retangular; depois, desenhava-se na frente e nas laterais da pedra
a figura ou objeto a ser representado. Destaca-se, dessa época, a
estátua rígida do faraó Quéfren (c. 2530 a.C.).
A escultura
em relevo servia a dois propósitos fundamentais: glorificar o
faraó (feita nos muros dos templos) e preparar o espírito em seu
caminho até a eternidade (feita nas tumbas).
Na cerâmica,
as peças ricamente decoradas do período pré-dinástico foram
substituídas por belas peças não decoradas, de superfície
polida e com uma grande variedade de formas e modelos, destinadas
a servir de objetos de uso cotidiano. Já as jóias eram feitas em
ouro e pedras semipreciosas, incorporando formas e desenhos, de
animais e de vegetais.
Ao finalizar
a VI dinastia, o poder central do Egito havia diminuído e os
governantes locais decidiram fazer as tumbas em suas próprias
províncias, em lugar de serem enterrados perto das necrópoles
dos faraós a quem serviam. Desta dinastia data a estátua em
metal mais antiga que se conhece no Egito: uma imagem em cobre (c. 2300 a.C.)
de Pepi I (c. 2395-2360 a.C.).
Médio
Império
Mentuhotep
II, faraó da XI dinastia, foi o primeiro faraó do novo Egito
unificado do Médio Império (2134-1784 a.C.).
Criou um novo estilo ou uma nova tipologia de monumento funerário,
provavelmente inspirado nos conjuntos funerários do Antigo Império.
Na margem oeste do Tebas, até o outro lado do Nilo, no lugar
denominado de Deir el Bahari, construiu-se um templo no vale
ligado por um longo caminho real a outro templo que se encontrava
instalado na encosta da montanha. Formado por uma mastaba coroada
por uma pirâmide e rodeado de pórticos em dois níveis, os muros
foram decorados com relevos do faraó em companhia dos deuses.
A escultura
do Médio Império se caracterizava pela tendência ao realismo.
Destacam-se os retratos de faraós como Amenemés III e Sesóstris
III.
O costume
entre os nobres de serem enterrados em tumbas construídas em seus
próprios centros de influência, em vez de na capital, manteve-se
vigente. Ainda que muitas delas estivessem decoradas com relevos,
como as tumbas de Asuán, no sul, outras, como as de Beni Hassan e
El Bersha, no Médio Egito, foram decoradas exclusivamente com
pinturas. A pintura também decorava os sarcófagos retangulares
de madeira, típicos deste período. Os desenhos eram muito
lineares e mostravam grande minúcia nos detalhes.
No Médio Império,
também foram produzidos magníficos trabalhos de arte decorativa,
particularmente jóias feitas em metais preciosos com incrustação
de pedras coloridas. Neste período aparece a técnica do
granulado e o barro vidrado alcançou grande importância para a
elaboração de amuletos e pequenas figuras.
Novo
Império
O Novo Império
(1570-1070 a.C.)
começou com a XVIII dinastia e foi uma época de grande poder,
riqueza e influência. Quase todos os faraós deste período
preocuparam-se em ampliar o conjunto de templos de Karnak, centro
de culto a Amon, que se converteu, assim, num dos mais impressionantes complexos
religiosos da história. Próximo a este conjunto, destaca-se também
o templo de Luxor.
Do Novo Império,
também se destaca o insólito templo da rainha Hatshepsut,
em Deir el Bahari, levantado pelo arquiteto Senemut (morto no ano
de 1428 a.C.)
e situado diante dos alcantilados do rio Nilo, junto ao templo de
Mentuhotep II.
Durante a XIX
Dinastia, na época de Ramsés II, um dos mais importantes faraós do Novo Império, foram
construídos os gigantescos templos de Abu Simbel, na Núbia, ao sul do Egito.
A escultura,
naquele momento, alcançou uma nova dimensão e surgiu um estilo
cortesão, no qual se combinavam perfeitamente a elegância e a
cuidadosa atenção aos detalhes mais delicados. Tal estilo alcançaria
a maturidade nos tempos de Amenófis
III.
A arte na época
de Akhenaton
refletia a revolução religiosa promovida pelo faraó, que
adorava Aton, deus solar, e projetou uma linha artística
orientada nesta nova direção, eliminando a imobilidade
tradicional da arte egípcia. Deste período, destaca-se o busto
da rainha Nefertiti
(c. 1365 a.C.).
A pintura
predominou então na decoração das tumbas privadas. A necrópole
de Tebas é uma rica fonte de informação sobre a lenta evolução
da tradição artística, assim como de excelentes ilustrações
da vida naquela época.
Durante o
Novo Império, a arte decorativa, a pintura e a escultura alcançaram
as mais elevadas etapas de perfeição e beleza. Os objetos de uso
cotidiano, utilizados pela corte real e a nobreza, foram
maravilhosamente desenhados e elaborados com grande destreza técnica.
Não há melhor exemplo para ilustrar esta afirmação do que o
enxoval funerário da tumba (descoberta em 1922) de Tutankhamen.
Época
tardia
Em Madinat
Habu, perto de Tebas, na margem ocidental do Nilo, Ramsés
III,
o último da poderosa saga de faraós da XX dinastia, levantou um
enorme templo funerário (1198-1167 a.C.),
cujos restos são os mais conservados na atualidade.
O rei assírio
Assurbanipal conquistou o Egito, convertendo-o em província assíria
até que Psamético I (664-610 a.C.) libertou o país da dominação e criou uma nova dinastia, a
XXVI, denominada saíta. Desse período, destacam-se os trabalhos
de escultura em bronze, de grande suavidade e brandura na
modelagem, com tendência a formas torneadas. Os egípcios tiveram
então contato com os gregos, alguns dos quais haviam servido em
seu exército como mercenários, e
também com
os judeus, através de uma colônia que estes tinham no sul, perto
de Asuán.
A conquista
do país por Alexandre
Magno,
em 332 a.C.,
e pelos romanos, no ano 30 a.C.,
introduziu o Egito na esfera do mundo clássico, embora
persistissem suas antigas tradições artísticas. Alexandre
(fundador da cidade de Alexandria, que se converteu num importante
foco da cultura helenística) e seus sucessores aparecem
representados em relevo nos muros dos templos como se fossem autênticos
faraós — e num claro estilo egípcio, e não clássico. Os
templos construídos durante o período ptolomaico (helênico)
repetem os modelos arquitetônicos tradicionais do Egito.
"Egito,
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FONTE:
JORNAL A TARDE
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