TATEANDO
Quando nas manhãs, em meu seio não te encontro,
Por deixares assim, depressa vazio este leito,
Com dores as vontades, estremecem-me a alma
Acelera-me disforme, o coração neste peito.
Tateando ao encontro, velozmente me lanço,
Buscando sôfrego, ouvir tua voz,
Desejando teu corpo, apanhar bons-bocados,
Aninhar-me a ti, acobertar-te em lençóis.
E
sem achar-te me vou, pleno de angustia e de ânsia,
Destruindo o presente, que só me faz maldizer,
Por não ver-te em futuro, e não ter-te no agora,
Nesta loucura inclemente, a desagregar este ser.
Albertino Fernandes (Pensa-me)
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