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JOSE ROBERTO TAKEO ICHIHARA
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Dignidade e nobreza através dado trabalho
Por: JOSE ROBERTO TAKEO ICHIHARA

Como separar os bons dos maus?


Todo ser humano ouve que o trabalho enobrece e traz dignidade à pessoa. O tema é extenso e apaixonante, além de colocar qualquer tarefa no nível de reconhecimento que merece. Nessas horas não importa se a pessoa é um humilde servente ou um megaempresário de sucesso na sua atividade. E para valorizar algo tão precioso, os nossos governantes resolveram reformar as regras que orientavam o exercício laboral no Brasil. O assunto tem causado protestos dos trabalhadores e esclarecimentos por parte dos que defendem as mudanças na CLT. Então...
Alegam os defensores das mudanças que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) está fora da realidade dos tempos autuais porque foi aprovada há 70 anos, portanto totalmente desfocada da realidade do mundo globalizado e competitivo. Soma-se a isso, há uma Justiça do Trabalho que, visivelmente, dá razão a qualquer reclamação trabalhista que chega às suas mãos – uma indústria que faz a alegria dos advogados. Isso tudo, adicionado a outros entreves impostos pelas leis, aumentam o custo de produção e reduz a competitividade nacional. Sobram motivos!
Da parte dos empregados, através dos sindicatos representantes de classe, a história não é bem assim. Se um empregado recorre a Justiça do Trabalho, quando é demitido, provavelmente os seus direitos deixaram de ser cumpridos pelo empregador. As exceções, como não poderia deixar de ser, ocorrem dos dois lados. Quem tem razão? Isso é motivo para acabar com esse recurso para resolver as questões no caso de impasse? Com certeza, existe reclamação indevida, da mesma forma que algumas são totalmente embasadas na lei. Mas... Justiça não é para isso?
Mostrou-se na mídia casos em que empresários relatavam os problemas que enfrentaram por causa de reclamações trabalhistas com ex-empregados. Quem assistiu não teve dúvidas que a CLT penaliza unilateralmente o empregador. Portanto, facilmente se coloca do lado de quem quer a reforma radical das Leis e a flexibilização da relação patrão x empregado. Como gerar empregos nessas condições desfavoráveis, enquanto outros países não têm essa adversidade? Não dá para ser competitivo arcando com tantos custos sem repassá-los ao produto final.
Infelizmente, para os extremistas, a realidade não é a defendida por alguns empresários e sindicalistas. Maus empregados, assim como péssimos patrões, existem aos montes. Portanto, não tem como abrir mão de uma Justiça que sirva para intermediar as questões. Agora, querer que o empregado resolva individualmente com o seu patrão é suicídio. É bom lembrar que o David só levou vantagem contra o Golias uma vez na História. Só na cabeça dos poderosos isso é possível. Igualmente que recorrer à Justiça sem argumento não é honesto nem dignificante.
Quem alega que a CLT está caduca precisa se informar mais sobre o assunto. Ao longo dos 70 anos, ela já sofreu quase 500 alterações. Se isso ainda não foi suficiente, também não pode ser motivo para retirar impedimentos que evitam abusos por parte dos patrões. Só para alertar, já surge ideia de pagar o trabalho de várias formas que não seja em dinheiro – até com comida, por exemplo. Isso é avanço? Mas para quem herdou o sangue escravagista da Casa-Grande, a simpatia por subjugar quem trabalha por salário, isso é mais do que justo. Por que não?
Segundo os reformistas tudo será um Paraíso após a reforma proposta. Mas não custa elaborar uma ficção. O morador de subúrbio, feliz da vida, foi contratado por hora. Vai pagar dois ou três ônibus para chegar ao local, o almoço e a volta. Receberá um valor que nem cobre essas despesas. Ah! Também não terá direito a férias, décimo, aviso e FGTS porque a Lei não lhe dá esses direitos. Realmente o trabalho enobrece e dignifica o ser humano! Aí ele erguerá as mãos aos Céus agradecendo a Deus por iluminar as pessoas que aprovaram as reformas. Bom demais!


J R Ichihara
03/05/2017

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