O
estudo sobre as origens da
literatura brasileira deve ser feito levando-se em conta duas vertentes: a
histórica e a estética. O ponto de vista histórico orienta no sentido de que a
literatura brasileira é uma expressão de cultura gerada no seio da literatura
portuguesa. Como até bem pouco tempo eram muito pequenas as diferenças entre a
literatura dos dois países, os historiadores acabaram enaltecendo o processo da
formação literária brasileira, a partir de uma multiplicidade de coincidências
formais e temáticas.
A
outra vertente (aquela que salienta a estética como pressuposto para a análise
literária brasileira) ressalta as divergências que desde o primeiro instante se
acumularam no comportamento (como nativo e colonizado) do homem americano,
influindo na composição da obra literária. Em outras palavras, considerando que
a situação do colono tinha de resultar numa nova concepção da vida e das
relações humanas, com uma visão própria da realidade, a corrente estética
valoriza o esforço pelo desenvolvimento das formas literárias no Brasil, em
busca de uma expressão própria, tanto quanto possível original
Em
resumo: estabelecer a autonomia literária é descobrir os momentos em que as
formas e artifícios literários se prestam a fixar a nova visão estética da nova
realidade. Assim, a literatura, ao invés de períodos cronológicos, deverá ser
dividida, desde o seu nascedouro, de acordo com os estilos correspondentes às
suas diversas fases, do Quinhentismo ao Modernismo, até a fase da
contemporaneidade.
Duas eras - A literatura brasileira tem sua história dividida
em duas grandes eras, que acompanham a evolução política e econômica do país: a
Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição, que
corresponde à emancipação política do Brasil. As eras apresentam subdivisões
chamadas escolas literárias ou estilos de época.
A
Era Colonial abrange o Quinhentismo (de 1500, ano do descobrimento, a 1601), o
Seiscentismo ou Barroco (de 1601 a 1768), o Setecentismo (de 1768 a 1808) e o
período de Transição (de 1808 a 1836). A Era Nacional, por sua vez, envolve o
Romantismo (de 1836 a 1881), o Realismo (de 1881 a 1893), o Simbolismo (de 1893
a 1922) e o Modernismo (de 1922 a 1945). A partir daí, o que está em estudo é a
contemporaneidade da literatura brasileira.
O Quinhentismo
Esta
expressão é a denominação genérica de todas as manifestações literárias
ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da
cultura européia em terras brasileiras. Não se pode falar em uma literatura
"do" Brasil, como característica do país naquele período, mas sim em
literatura "no" Brasil - uma literatura ligada ao Brasil, mas que
denota as ambições e as intenções do homem europeu.
No
Quinhentismo, o que se demonstrava era o momento histórico vivido pela
Península Ibérica, que abrangia uma literatura informativa e uma literatura dos
jesuítas, como principais manifestações literárias no século XVI. Quem produzia
literatura naquele período estava com os olhos voltados para as riquezas
materiais (ouro, prata, ferro, madeira, etc.), enquanto a literatura dos
jesuítas se preocupava com o trabalho de catequese.
Com
exceção da carta de Pero Vaz de Caminha, considerada o primeiro documento da
literatura no Brasil, as principais crônicas da literatura informativa datam da
segunda metade do século XVI, fato compreensível, já que a colonização só pode
ser contada a partir de 1530. A literatura jesuítica, por seu lado, também
caracteriza o final do Quinhentismo, tendo esses religiosos pisado o solo
brasileiro somente em 1549.
A
literatura informativa, também chamada de literatura dos viajantes ou dos
cronistas, reflexo das grandes navegações, empenha-se em fazer um levantamento
da terra nova, de sua flora, fauna, de sua gente. É, portanto, uma literatura
meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário
A
principal característica dessa manifestação é a exaltação da terra, resultante
do assombro do europeu que vinha de um mundo temperado e se defrontava com o
exotismo e a exuberância de um mundo tropical. Com relação à linguagem, o
louvor à terra aparece no uso exagerado de adjetivos, quase sempre empregados
no superlativo (belo é belíssimo, lindo é lindíssimo etc.)
O
melhor exemplo da escola quinhentista brasileira é Pero Vaz de Caminha. Sua
"Carta ao El Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil", além do
inestimável valor histórico, é um trabalho de bom nível literário. O texto da
carta mostra claramente o duplo objetivo que, segundo Caminha, impulsionava os
portugueses para as aventuras marítimas, isto é, a conquista dos bens materiais
e a dilatação da fé cristã
Literatura jesuíta - Conseqüência da Contra-Reforma, a principal
preocupação dos jesuítas era o trabalho de catequese, objetivo que determinou
toda a sua produção literária, tanto na poesia quanto no teatro. Mesmo assim,
do ponto de vista estético, foi a melhor produção literária do Quinhentismo
brasileiro. Além da poesia de devoção, os jesuítas cultivaram o teatro de
caráter pedagógico, baseado em trechos bíblicos, e as cartas que informavam aos
superiores na Europa sobre o andamento dos trabalhos na colônia.
Não
se pode comentar, no entanto, a literatura dos jesuítas sem referências ao que
o padre José de Anchieta representa para o Quinhentismo brasileiro. Chamado pelos
índios de "Grande Piahy" (supremo pajé branco), Anchieta veio para o
Brasil em 1553 e, no ano seguinte, fundou um colégio no planalto paulista, a
partir do qual surgiu a cidade de São Paulo.
Ao
realizar um exaustivo trabalho de catequese, José de Anchieta deixou uma
fabulosa herança literária: a primeira gramática do tupi-guarani, insuperável
cartilha para o ensino da língua dos nativos; várias poesias no estilo do verso
medieval; e diversos autos, segundo o modelo deixado pelo poeta português Gil
Vicente, que agrega à moral religiosa católica os costumes dos indígenas,
sempre com a preocupação de caracterizar os extremos, como o bem e o mal, o
anjo e o diabo.
O Barroco
O
Barroco no Brasil tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poema
épico "Prosopopéia", de Bento Teixeira, que introduz definitivamente
o modelo da poesia camoniana em nossa literatura. Estende-se por todo o século
XVII e início do XVIII.
Embora
o Barroco brasileiro seja datado de 1768, com a fundação da Arcádia Ultramarina
e a publicação do livro "Obras", de Cláudio Manuel da Costa, o
movimento academicista ganha corpo a partir de 1724, com a fundação da Academia
Brasílica dos Esquecidos. Este fato
assinala a decadência dos valores defendidos pelo Barroco e a ascensão do
movimento árcade.O termo barroco denomina genericamente todas as manifestações
artísticas dos anos de 1600 e início dos anos de 1700. Além da literatura,
estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época.
Antes
do texto de Bento Teixeira, os sinais mais evidentes da influência da poesia
barroca no Brasil surgiram a partir de 1580 e começaram a crescer nos anos
seguintes ao domínio espanhol na Península Ibérica, já que é a Espanha a
responsável pela unificação dos reinos da região, o principal foco irradiador
do novo estilo poético.
O
quadro brasileiro se completa no século XVII, com a presença cada vez mais
forte dos comerciantes, com as transformações ocorridas no Nordeste em
conseqüência das invasões holandesas e, finalmente, com o apogeu e a decadência
da cana-de-açúcar
Uma
das principais referências do barroco brasileiro é Gregório de Matos Guerra,
poeta baiano que cultivou com a mesma beleza tanto o estilo cultista quanto o
conceptista (o cultismo é marcado pela linguagem rebuscada, extravagante, enquanto
o conceptismo caracteriza-se pelo jogo de idéias, de conceitos. O primeiro
valoriza o pormenor, enquanto o segundo segue um raciocínio lógico,
racionalista)
Na
poesia lírica e religiosa, Gregório de Matos deixa claro certo idealismo
renascentista, colocado ao lado do conflito (como de hábito na época) entre o
pecado e o perdão, buscando a pureza da fé, mas tendo ao mesmo tempo
necessidade de viver a vida mundana. Contradição que o situava com perfeição na
escola barroca do Brasil.
Antônio Vieira - Se por um lado, Gregório de Matos mexeu com as
estruturas morais e a tolerância de muita gente - como o administrador
português, o próprio rei, o clero e os costumes da própria sociedade baiana do
século XVII - por outro, ninguém angariou tantas críticas e inimizades quanto o
"impiedoso" Padre Antônio Vieira, detentor de um invejável volume de
obras literárias, inquietantes para os padrões da época.
Politicamente,
Vieira tinha contra si a pequena burguesia cristã (por defender o capitalismo
judaico e os cristãos-novos); os pequenos comerciantes (por defender o
monopólio comercial); e os administradores e colonos (por defender os índios).
Essas posições, principalmente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira
uma condenação da Inquisição, ficando preso de 1665 a 1667.
A
obra do Padre Antônio Vieira pode ser dividida em três tipos de trabalhos:
Profecias, Cartas e Sermões.
As
Profecias constam de três obras: "História do futuro",
"Esperanças de Portugal" e "Clavis Prophetarum". Nelas se
notam o sebastianismo e as esperanças de que Portugal se tornaria o
"quinto império do Mundo". Segundo ele, tal fato estaria escrito na
Bíblia. Aqui ele demonstra bem seu estilo alegórico de interpretação bíblica
(uma característica quase que constante de religiosos brasileiros íntimos da
literatura barroca). Além, é claro, de revelar um nacionalismo megalomaníaco e
servidão incomum.
O
grosso da produção literária do Padre Antônio Vieira está nas cerca de 500
cartas. Elas versam sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a
Inquisição e os cristãos novos e sobre a situação da colônia, transformando-se
em importantes documentos históricos.
O
melhor de sua obra, no entanto, está nos 200 sermões. De estilo barroco
conceptista, totalmente oposto ao Gongorismo, o pregador português joga com as
idéias e os conceitos, segundo os ensinamentos de retórica dos jesuítas. Um dos
seus principais trabalhos é o "Sermão da Sexagésima", pregado na
capela Real de Lisboa, em 1655. A obra também ficou conhecida como "A
palavra de Deus". Polêmico,
este sermão resume a arte de pregar. Com ele, Vieira procurou atingir seus
adversários católicos, os gongóricos dominicanos, analisando no sermão
"Por que não frutificava a Palavra de Deus na terra", atribuindo-lhes culpa.
O Arcadismo
O
Arcadismo no Brasil começa no ano de 1768, com dois fatos marcantes: a fundação
da Arcádia Ultramarina e a publicação de "Obras", de Cláudio Manuel
da Costa. A escola setecentista, por sinal, desenvolve-se até 1808, com a
chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, que, com suas medidas
político-administrativas, permite a introdução do pensamento pré-romântico no
Brasil.
No
início do século XVIII dá-se a decadência do pensamento barroco, para a qual
vários fatores colaboraram, entre eles o cansaço do público com o exagero da
expressão barroca e da chamada arte cortesã, que se desenvolvera desde a
Renascença e atinge em meados do
século um estágio estacionário (e até decadente), perdendo terreno para o
subjetivismo burguês; o problema da ascensão burguesa superou o problema
religioso; surgem as primeiras arcádias, que procuram a pureza e a simplicidade
das formas clássicas; os burgueses, como forma de combate ao poder monárquico,
começam a cultuar o "bom selvagem", em oposição ao homem corrompido
pela sociedade.
Gosto burguês - Assim, a burguesia atinge uma posição de domínio
no campo econômico e passa a lutar pelo poder político, então em mãos da
monarquia. Isso se reflete claramente no campo social e das artes: a antiga
arte cerimonial das cortes cede lugar ao poder do gosto burguês.
Pode-se
dizer que a falta de substitutos para o Padre Antônio Vieira e Gregório de
Matos, mortos nos últimos cinco anos do século XVII, foi também um aspecto
motivador do surgimento do Arcadismo no Brasil. De qualquer forma, suas
características no país seguem a linha européia: a volta aos padrões clássicos
da Antigüidade e do Renascimento; a simplicidade; a poesia bucólica, pastoril;
o fingimento poético e o uso de pseudônimos. Quanto ao aspecto formal, a escola
é marcada pelo soneto, os versos decassílabos, a rima optativa e a tradição da
poesia épica. O Arcadismo tem como principais nomes: Cláudio Manuel da Costa,
Tomás Antônio Gonzaga, José de Santa Rita Durão e Basílio da Gama.
O Romantismo
O
Romantismo se inicia no Brasil em 1836, quando Gonçalves de Magalhães publica
na França a "Niterói - Revista Brasiliense", e, no mesmo ano, lança
um livro de poesias românticas intitulado "Suspiros poéticos e
saudades".
Em
1822, Dom Pedro I concretiza um movimento que se fazia sentir, de forma mais
imediata, desde 1808: a independência do Brasil. A partir desse momento, o novo
país necessita inserir-se no modelo moderno, acompanhando as nações
independentes da Europa e América. A imagem do português conquistador deveria
ser varrida. Há a necessidade de auto-afirmação da pátria que se formava. O
ciclo da mineração havia dado condições para que as famílias mais abastadas
mandassem seus filhos à Europa, em particular França e Inglaterra, onde buscam
soluções para os problemas brasileiros. O Brasil de então nem chegava perto da
formação social dos países industrializados da Europa (burguesia/proletariado).
A estrutura social do passado próximo (aristocracia/escravo) ainda prevalecia.
Nesse Brasil, segundo o historiador José de Nicola, "o ser burguês ainda
não era uma posição econômica e social, mas mero estado de espírito, norma de
comportamento".
Marco final - Nesse período, Gonçalves de Magalhães viajava
pela Europa. Em 1836, ele funda a revista Niterói, da qual circularam apenas
dois números, em Paris. Nela, ele publica o "Ensaio sobre a história da
literatura brasileira", considerado o nosso primeiro manifesto romântico.
Essa escola literária só teve seu marco final no ano de 1881, quando foram
lançados os primeiros romances de tendência naturalista e realista, como
"O mulato", de Aluízio Azevedo, e "Memórias póstumas de Brás
Cubas", de Machado de Assis. Manifestações do movimento realista, aliás,
já vinham ocorrendo bem antes do início da decadência do Romantismo, como, por
exemplo, o liderado por Tobias Barreto desde 1870, na Escola de Recife.
O
Romantismo, como se sabe, define-se como modismo nas letras universais a partir
dos últimos 25 anos do século XVIII. A segunda metade daquele século, com a
industrialização modificando as antigas relações econômicas, leva a Europa a
uma nova composição do quadro político e social, que tanto influenciaria os
tempos modernos. Daí a importância que os modernistas deram à Revolução
Francesa, tão exaltada por Gonçalves de Magalhães. Em seu "Discurso sobre
a história da literatura do Brasil", ele diz: "...Eis aqui como o
Brasil deixou de ser colônia e foi depois elevado à categoria de Reino Unido.
Sem a Revolução Francesa, que tanto esclareceu os povos, esse passo tão cedo se
não daria...".
A
classe social delineia-se em duas classes distintas e antagônicas, embora
atuassem paralelas durante a Revolução Francesa: a classe dominante, agora
representada pela burguesia capitalista industrial, e a classe dominada,
representada pelo proletariado. O Romantismo foi uma escola burguesa de caráter
ideológico, a favor da classe dominante. Daí porque o nacionalismo, o
sentimentalismo, o subjetivismo e o irracionalismo - características marcantes
do Romantismo inicial - não podem ser analisados isoladamente, sem se fazer
menção à sua carga ideológica.
Novas influências - No Brasil, o momento histórico em que ocorre o
Romantismo tem que ser visto a partir das últimas produções árcades,
caracterizadas pela sátira política de Gonzaga e Silva Alvarenga. Com a chegada
da Corte, o Rio de Janeiro passa por um processo de urbanização, tornando-se um
campo propício à divulgação das novas influências européias. A colônia
caminhava no rumo da independência.
Após
1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o
passado histórico, exalta-se a natureza pátria. Na realidade, características
já cultivadas na Europa, e que se encaixaram perfeitamente à necessidade
brasileira de ofuscar profundas crises sociais, financeiras e econômicas.
De
1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado, como reflexo do
autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte; a
Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português
contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró
e, finalmente, a abolição da escravatura. Segue-se o período regencial e a
maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge
o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de
nacionalismo.
No
final do Romantismo brasileiro, a partir de 1860, as transformações econômicas,
políticas e sociais levam a uma literatura mais próxima da realidade; a poesia
reflete as grandes agitações, como a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai,
o ideal de República. É a decadência do regime monárquico e o aparecimento da
poesia social de Castro Alves. No fundo, uma transição para o Realismo.
O
Romantismo apresenta uma característica inusitada: revela nitidamente uma
evolução no comportamento dos autores românticos. A comparação entre os
primeiros e os últimos representantes dessa escola mostra traços peculiares a
cada fase, mas discrepantes entre si. No caso brasileiro, por exemplo, há uma
distância considerável entre a poesia de Gonçalves Dias e a de Castro Alves.
Daí a necessidade de se dividir o Romantismo em fases ou gerações. No
romantismo brasileiro podemos reconhecer três gerações: geração nacionalista ou
indianista; geração do "mal do século" e a "geração
condoreira".
A
primeira (nacionalista ou indianista)
é marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo,
criação do herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação
"geração indianista". O sentimentalismo e a religiosidade são outras
características presentes. Entre os principais autores, destacam-se Gonçalves
de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto.
Egocentrismo - A segunda (do "mal do século", também
chamada de geração byroniana, de Lord Byron) é impregnada de egocentrismo,
negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio
constante. Seu tema preferido é a fuga da realidade, que se manifesta na
idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Os
principais poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu,
Junqueira Freire e Fagundes Varela.
A
geração condoreira, caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as
lutas internas da segunda metade do reinado de D. Pedro II. Essa geração sofreu
intensamente a influência de Victor Hugo e de sua poesia político-social, daí
ser conhecida como geração hugoana. O termo condoreirismo é conseqüência do
símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor, águia que
habita o alto da cordilheira dos Andes. Seu principal representante foi Castro
Alves, seguido por Tobias Barreto e Sousândrade.
Duas
outras variações literárias do Romantismo merecem destaque: a prosa e o teatro
romântico. José de Nicola demonstrou quais as explicações para o aparecimento e
desenvolvimento do romance no Brasil: "A importação ou simples tradução de
romances europeus; a urbanização do Rio de Janeiro, transformado, então, em
Corte, criando uma sociedade consumidora representada pela aristocracia rural,
profissionais liberais, jovens estudantes, todos em busca de entretenimento; o
espírito nacionalista em conseqüência da independência política a exigir uma
"cor local" para os enredos; o jornalismo vivendo o seu primeiro
grande impulso e a divulgação em massa de folhetins; o avanço do teatro
nacional".
Os
romances respondiam às exigências daquele público leitor; giravam em torno da
descrição dos costumes urbanos, ou de amenidades das zonas rurais, ou de
imponentes selvagens, apresentando personagens idealizados pela imaginação e
ideologia românticas com os quais o leitor se identificava, vivendo uma
realidade que lhe convinha. Algumas poucas obras, porém, fugiram desse esquema,
como "Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel Antônio de
Almeida, e até "Inocência", do Visconde de Taunay.
Ao
se considerar a mera cronologia, o primeiro romance brasileiro foi "O
filho do pescador", publicado
em 1843, de autoria de Teixeira de Souza (1812-1881). Mas se tratava de um
romance sentimentalóide, de trama confusa e que não serve para definir as
linhas que o romance romântico seguiria na literatura brasileira.
Por
esta razão, sobretudo pela aceitação obtida junto ao público leitor, justamente
por ter moldado o gosto deste público ou correspondido às suas expectativas,
convencionou-se adotar o romance "A Moreninha", de Joaquim Manuel de
Macedo, publicado em 1844, como o primeiro romance brasileiro.
Dentro
das características básicas da prosa romântica, destacam-se, além de Joaquim
Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida e José de Alencar. Almeida, por
sinal, com as "Memórias de um Sargento de Milícias" realizou uma obra
totalmente inovadora para sua época, exatamente quando Macedo dominava o
ambiente literário. As peripécias de um sargento descritas por ele podem ser
consideradas como o verdadeiro romance de costumes do Romantismo brasileiro, pois
abandona a visão da burguesia urbana, para retratar o povo com toda a sua
simplicidade.
"Casamento" - José de Alencar, por sua vez, aparece na
literatura brasileira como o consolidador do romance, um ficcionista que cai no
gosto popular. Sua obra é um retrato fiel de suas posições políticas e sociais.
Ele defendia o "casamento" entre o nativo e o europeu colonizador,
numa troca de favores: uns ofereciam a natureza virgem, um solo esplêndido;
outros a cultura. Da soma desses fatores resultaria um Brasil independente.
"O guarani" é o melhor exemplo, ao se observar a relação do principal
personagem da obra, o índio Peri, com a família de D. Antônio de Mariz.
Este
jogo de interesses entre o índio e o europeu, proposto por Alencar, aparece
também em "Iracema" (um anagrama da palavra América), na relação da
índia com o português Martim. Moacir, filho de Iracema e Martim, é o primeiro
brasileiro fruto desse casamento.
José
de Alencar diversificou tanto sua obra que tornou possível uma classificação
por realista tinham do homem durante e logo após o declínio do Romantismo.
Este
estilo de época teve uma prévia: os românticos Castro Alves, Sousândrade e
Tobias Barreto, embora fizessem uma poesia romântica na forma e na expressão,
utilizavam temas voltados para a realidade político-social da época (final da
década de 1860). Da mesma forma, algumas produções do romance romântico já
apontavam para um novo estilo na literatura brasileira, como algumas obras de
Manuel Antônio de Almeida, Franklin Távora e Visconde de Taunay. Começava-se o
abandono do Romantismo enquanto surgiam os primeiros sinais do Realismo.
Na
década de 70 surge a chamada Escola
de Recife, com Tobias Barreto, Silvio Romero e outros, aproximando-se das
idéias européias ligadas ao positivismo, ao evolucionismo e, principalmente, à
filosofia. São os ideais do Realismo que encontravam ressonância no conturbado
momento histórico vivido pelo Brasil, sob o signo do abolicionismo, do ideal
republicano e da crise da Monarquia.
No
Brasil, considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo. De fato, esse foi
um ano fértil para a literatura brasileira, com a publicação de dois romances
fundamentais, que modificaram o curso de nossas letras: Aluízio Azevedo publica
"O mulato", considerado o primeiro romance naturalista do Brasil;
Machado de Assis publica "Memórias Póstumas de Brás Cubas", o
primeiro romance realista de nossa literatura.
Na
divisão tradicional da história da literatura brasileira, o ano considerado
data final do Realismo é 1893, com a publicação de "Missal" e
"Broquéis", ambos de Cruz e Sousa, obras inaugurais do Simbolismo,
mas não o término do Realismo e suas manifestações na prosa - com os romances
realistas e naturalistas - e na poesia, com o Parnasianismo
"Príncipe dos poetas" - Da mesma forma, o início do Simbolismo, em 1893,
não representou o fim do Realismo, porque obras realistas foram publicadas
posteriormente a essa data, como "Dom
Casmurro", de Machado de Assis, em 1900, e "Esaú e Jacó", do
mesmo autor, em 1904. Olavo Bilac, chamado "príncipe dos poetas",
obteve esta distinção em 1907. A Academia Brasileira de Letras, templo do
Realismo, também foi inaugurada posteriormente à data-marco do fim do Realismo:
1897. Na realidade, nos últimos vinte anos do século XIX e nos primeiros do
século XX, três estéticas se desenvolvem paralelamente: o Realismo e suas
manifestações, o Simbolismo e o Pré-Modernismo, que só conhecem o golpe fatal
em 1922, com a Semana de Arte Moderna.
O
Realismo reflete as profundas transformações econômicas, políticas, sociais e
culturais da segunda metade do século XIX. A Revolução Industrial, iniciada no
século XVIII, entra numa nova fase, caracterizada pela utilização do aço, do
petróleo e da eletricidade; ao mesmo tempo, o avanço científico leva a novas
descobertas nos campos da física e da química. O capitalismo se estrutura em
moldes modernos, com o surgimento de grandes complexos industriais, aumentando
a massa operária urbana, e formando uma população marginalizada, que não
partilha dos benefícios do progresso industrial, mas, pelo contrário, é
explorada e sujeita a condições subumanas de trabalho.
O
Brasil também passa por mudanças radicais tanto no campo econômico quanto no
político-social, no período compreendido entre 1850 e 1900, embora com
profundas diferenças materiais, se comparadas às da Europa. A campanha
abolicionista intensifica-se a partir de 1850; a Guerra do Paraguai (1864/1870)
tem como conseqüência o pensamento republicano (o Partido Republicano foi
fundado no ano em que essa guerra terminou); a Monarquia vive uma vertiginosa
decadência. A Lei Áurea, de 1888, não resolveu o problema dos negros, mas criou
uma nova realidade: o fim da mão-de-obra escrava e sua substituição pela
mão-de-obra assalariada, então representada pelas levas de imigrantes europeus
que vinham trabalhar na lavoura cafeeira, o que originou uma nova economia
voltada para o mercado externo, mas agora sem a estrutura colonialista.
Raul
Pompéia, Machado de Assis e Aluízio Azevedo transformaram-se nos principais
representantes da escola realista no Brasil. Ideologicamente, os autores desse
período são antimonárquicos, assumindo uma defesa clara do ideal republicano,
como nos romances "O mulato", "O cortiço" e "O Ateneu". Eles negam a
burguesia a partir da família. A expressão Realismo é uma denominação genérica
da escola literária, que abriga três tendências distintas: "romance
realista", "romance naturalista" e "poesia
parnasiana".
O
romance realista foi exaustivamente cultivado no Brasil por Machado de Assis.
Trata-se de uma narrativa mais preocupada com a análise psicológica, fazendo a
crítica à sociedade a partir do comportamento de determinados personagens. Para
se ter uma idéia, os cinco romances da fase realista de Machado de Assis
apresentam nomes próprios em seus títulos ("Brás Cubas"; "Quincas
Borba"; "Dom Casmurro", "Esaú e Jacó"; e "Aires"). Isto revela uma
clara preocupação com o indivíduo. O romance realista analisa a sociedade por
cima. Em outras palavras: seus personagens são capitalistas, pertencem à classe
dominante. O romance realista é documental, retrato de uma época.
Naturalismo
O
romance naturalista, por sua vez, foi cultivado no Brasil por Aluísio Azevedo e
Júlio Ribeiro. Aqui, Raul Pompéia também pode ser incluído, mas seu caso é
muito particular, pois seu romance "O Ateneu" ora apresenta
características naturalistas, ora realistas, ora impressionistas. A narrativa
naturalista é marcada pela forte análise social, a partir de grupos humanos
marginalizados, valorizando o coletivo. Os títulos das obras naturalistas
apresentam quase sempre a mesma preocupação: "O mulato", "O
cortiço", "Casa de pensão", "O Ateneu".
O
Naturalismo apresenta romances experimentais. A influência de Charles Darwin se
faz sentir na máxima segundo a qual o homem é um animal; portanto antes de usar
a razão deixa-se levar pelos instintos naturais, não podendo ser reprimido em
suas manifestações instintivas, como o sexo, pela moral da classe dominante. A
constante repressão leva às taras patológicas, tão ao gosto do Naturalismo. Em
conseqüência, esses romances são mais ousados e erroneamente tachados por
alguns de pornográficos, apresentando descrições minuciosas de atos sexuais,
tocando, inclusive, em temas então proibidos como o homossexualismo - tanto o
masculino ("O Ateneu"), quanto o feminino ("O cortiço").
O Parnasianismo
A
poesia parnasiana preocupa-se com a forma e a objetividade, com seus sonetos
alexandrinos perfeitos. Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira
formam a trindade parnasiana O Parnasianismo é a manifestação poética do
Realismo, dizem alguns estudiosos da literatura brasileira, embora
ideologicamente não mantenha todos os pontos de contato com os romancistas
realistas e naturalistas. Seus poetas estavam à margem das grandes
transformações do final do século XIX e início do século XX.
Culto à forma - A nova estética se manifesta a partir do final da
década de 1870, prolongando-se até a Semana de Arte Moderna. Em alguns casos
chegou a ultrapassar o ano de 1922 (não considerando, é claro, o
neoparnasianismo). Objetividade temática e culto da forma: eis a receita. A
forma fixa representada pelos sonetos; a métrica dos versos alexandrinos
perfeitos; a rima rica, rara e perfeita. Isto tudo como negação da poesia
romântica dos versos livres e brancos. Em suma, é o endeusamento da forma.
O Simbolismo
É
comum, entre críticos e historiadores, afirmar-se que o Brasil não teve momento
típico para o Simbolismo, sendo essa escola literária a mais européia, dentre
as que contaram com seguidores nacionais, no confronto com as demais. Por isso,
foi chamada de "produto de importação". O Simbolismo no Brasil começa
em 1893 com a publicação de dois livros: "Missal" (prosa) e "Broquéis"
(poesia), ambos do poeta catarinense Cruz e Sousa, e estende-se até 1922,
quando se realizou a Semana de Arte Moderna.
O
início do Simbolismo não pode ser entendido como o fim da escola anterior, o
Realismo, pois no final do século XIX e início do século XX tem-se três
tendências que caminham paralelas: Realismo, Simbolismo e pré-Modernismo, com o
aparecimento de alguns autores preocupados em denunciar a realidade brasileira,
entre eles Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato. Foi a Semana de
Arte Moderna que pôs fim a todas as estéticas anteriores e traçou, de forma
definitiva, novos rumos para a literatura do Brasil.
Transição - O Simbolismo, em termos genéricos, reflete um
momento histórico extremamente complexo, que marcaria a transição para o século
XX e a definição de um novo mundo, consolidado a partir da segunda década deste
século. As últimas manifestações simbolistas e as primeiras produções
modernistas são contemporâneas da primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa.
Neste
contexto de conflitos e insatisfações mundiais (que motivou o surgimento do
Simbolismo), era natural que se imaginasse a falta de motivos para o Brasil
desenvolver uma escola de época como essa. Mas é interessante notar que as
origens do Simbolismo brasileiro se deram em uma região marginalizada pela
elite cultural e política: o Sul - a que mais sofreu com a oposição à
recém-nascida República, ainda impregnada de conceitos, teorias e práticas
militares. A República de então não era a que se desejava. E o Rio Grande do
Sul, onde a insatisfação foi mais intensa, transformou-se em palco de lutas
sangrentas iniciadas em 1893, o mesmo ano do início do Simbolismo.
A
Revolução Federalista (1893 a 1895), que começou como uma disputa regional,
ganhou dimensão nacional ao se opor ao governo de Floriano Peixoto, gerando
cenas de extrema violência e crueldade no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná. Além disso, surgiu a Revolta da Armada, movimento rebelde que exigiu a
renúncia de Floriano, combatendo, sobretudo, a Marinha brasileira. Ao conseguir
esmagar os revoltosos, o presidente consegue consolidar a República.
Esse
ambiente provavelmente representou a origem do Simbolismo, marcado por
frutrações, angústias, falta de perspectivas, rejeitando o fato e privilegiando
o sujeito. E isto é relevante pois a principal característica desse estilo de
época foi justamente a negação do Realismo e suas manifestações. A nova
estética nega o cientificismo, o materialismo e o racionalismo. E valoriza as
manifestações metafísicas e espirituais, ou seja, o extremo oposto do
Naturalismo e do Parnasianismo.
"Dante Negro" - Impossível referir-se ao Simbolismo sem reverenciar
seus dois grandes expoentes: Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães. Aliás, não
seria exagero afirmar que ambos foram o próprio Simbolismo. Especialmente o
primeiro, chamado, então, de "cisne negro" ou "Dante
negro". Figura mais importante do Simbolismo brasileiro, sem ele, dizem os
especialistas, não haveria essa estética no Brasil. Como poeta, teve apenas um
volume publicado em vida: "Broquéis" (os dois outros volumes de
poesia são póstumos). Teve uma carreira muito rápida, apesar de ser considerado
um dos maiores nomes do Simbolismo universal. Sua obra apresenta uma evolução
importante: na medida em que abandona o subjetivismo e a angústia iniciais,
avança para posições mais universalizantes - sua produção inicial fala da dor e
do sofrimento do homem negro (observações pessoais, pois era filho de
escravos), mas evolui para o sofrimento e a angústia do ser humano.
Já
Alphonsus de Guimarães preferiu manter-se fiel a um "triângulo" que
caracterizou toda a sua obra: misticismo, amor e morte. A crítica o considera o
mais místico poeta de nossa literatura. O amor pela noiva, morta às vésperas do
casamento, e sua profunda religiosidade e devoção por Nossa Senhora geraram, e
não poderia ser diferente, um misticismo que beirava o exagero. Um exemplo é o "Setenário
das dores de Nossa Senhora", em que ele atesta sua devoção pela Virgem. A
morte aparece em sua obra como um único meio de atingir a sublimação e se
aproximar de Constança - a noiva morta - e da Virgem. Daí o amor aparecer
sempre espiritualizado. A própria decisão de se isolar na cidade mineira de
Mariana, que ele próprio considerou sua "torre de marfim", é uma
postura simbolista.
O Pré-Modernismo
O
que se convencionou chamar de pré-Modernismo no Brasil não constitui uma escola
literária. Pré-Modernismo é, na verdade, um termo genérico que designa toda uma
vasta produção literária, que caractertiza os primeiros vinte anos deste
século. Nele é que se encontram as mais variadas tendências e estilos
literários - desde os poetas parnasianos e simbolistas, que continuavam a
produzir, até os escritores que começavam a desenvolver um novo regionalismo,
alguns preocupados com uma literatura política, e outros com propostas
realmente inovadoras. É grande a lista dos autores que pertenceram ao
pré-Modernismo, mas, indiscutivelmente, merecem destaque: Euclides da Cunha,
Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos.
Assim,
pode-se dizer que essa escola começou em 1902, com a publicação de dois livros:
"Os sertões", de Euclides da Cunha, e "Canaã", de Graça
Aranha, e se estende até o ano de 1922, com a realização da Semana de Arte
Moderna.
Apesar
de o pré-Modernismo não constituir uma escola literária, apresentando
individualidades muito fortes, com estilos às vezes antagônicos - como é o
caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e Lima Barreto - percebe-se alguns
pontos comuns entre as principais obras pré-modernistas: a) eram obras
inovadoras, que apresentavam ruptura com o passado, com o academicismo; b)
primavam pela denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário,
herdado do Romantismo e do Parnasianismo. O grande tema do pré-Modernismo é o
Brasil não-oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos
subúrbios; c) acentuavam o regionalismo, com o qual os autores acabam montando
um vasto painel brasileiro: o Norte e o Nordeste nas obras de Euclides da
Cunha, o Vale do Rio Paraíba e o interior paulista nos textos de Monteiro
Lobato, o Espírito Santo, retratado por Graça Aranha, ou o subúrbio carioca,
temática quase que invariável na obra de Lima Barreto; d)difundiram os tipos
humanos marginalizados, que tiveram ampliado o seu perfil, até então
desconhecido, ou desprezado, quando conhecido - o sertanejo nordestino, o
caipira, os funcionários públicos, o mulato; e) traçaram uma ligação entre os
fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos, aproximando a ficção da
realidade.
Esses
escritores acabaram produzindo uma redescoberta do Brasil, mais próxima da
realidade, e pavimentaram o caminho para o período literário seguinte, o
Modernismo, iniciado em 1922, que acentuou de vez a ruptura com o que até então
se conhecia como literatura brasileira.
A Semana de Arte Moderna
O
Modernismo, como tendência literária, ou estilo de época, teve seu prenúncio
com a realização da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo,
nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Idealizada por um grupo de artistas,
a Semana pretendia colocar a cultura brasileira a par das correntes de
vanguarda do pensamento europeu, ao mesmo tempo que pregava a tomada de
consciência da realidade brasileira.
O
Movimento não deve ser visto apenas do ponto de vista artístico, como
recomendam os historiadores e críticos especializados em história da literatura
brasileira, mas também como um movimento político e social. O país estava
dividido entre o rural e o urbano. Mas o bloco urbano não era homogêneo. As
principais cidades brasileiras, em particular São Paulo, conheciam uma rápida
transformação como conseqüência do processo industrial. A primeira Guerra Mundial
foi a responsável pelo primeiro surto de industrialização e conseqüente
urbanização. O Brasil contava com 3.358 indústrias em 1907. Em 1920, esse
número pulou para 13.336. Isso significou o surgimento de uma burguesia
industrial cada dia mais forte, mas marginalizada pela política econômica do
governo federal, voltada para a produção e exportação do café.
Imigrantes - Ao lado disso, o número de imigrantes europeus
crescia consideravelmente, especialmente os italianos, distribuindo-se entre as
zonas produtoras de café e as zonas urbanas, onde estavam as indústrias. De
1903 a 1914, o Brasil recebeu nada menos que 1,5 milhão de imigrantes. Nos
centros urbanos criou-se uma faixa considerável de população espremida pelos
barões do café e pela alta burguesia, de um lado, e pelo operariado, de outro.
Surge a pequena burguesia, formada por funcionários públicos, comerciantes,
profissionais liberais e militares, entre outros, criando u’a massa
politicamente "barulhenta" e reivindicatória.
A
falta de homogeneidade no bloco urbano tem origem em alguns aspectos do
comportamento do operariado. Os imigrantes de origem européia trazem suas
experiências de luta de classes. Em geral esses trabalhadores eram anarquistas
e suas ações resultavam, quase sempre, em greves e tensões sociais de toda
sorte, entre 1905 e 1917. Um ano depois, quando ocorreu a Revolução Russa, os
artigos na imprensa a esse respeito tornaram-se cada vez mais comuns. O Partido
Comunista seria fundado em 1922. Desde então, ocorreria o declínio da influência
anarquista no movimento operário.
Desta
forma, circulavam pela cidade de São Paulo, numa mesma calçada, um barão do
café, um operário anarquista, um padre, um burguês, um nordestino, um
professor, um negro, um comerciante, um advogado, um militar, etc., formando,
de fato, uma "paulicéia desvairada" (título de célebre obra de Mário
de Andrade). Esse desfile inusitado e variado de tipos humanos serviu de palco
ideal para a realização de um evento que mostrasse uma arte inovadora a romper
com as velhas estruturas literárias vigentes no país.
O Modernismo - (primeira fase)
O
período de 1922 a 1930 é o mais radical do movimento modernista, justamente em
conseqüência da necessidade de definições e do rompimento de todas as
estruturas do passado. Daí o caráter anárquico desta primeira fase modernista e
seu forte sentido destruidor.
Ao
mesmo tempo em que se procura o moderno, o original e o polêmico, o
nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, à
pesquisa das fontes quinhentistas, à procura de uma língua brasileira (a língua
falada pelo povo nas ruas), às paródias, numa tentativa de repensar a história
e a literatura brasileiras, e à valorização do índio verdadeiramente
brasileiro. É o tempo dos manifestos nacionalistas do "Pau-Brasil" (o
Manifesto do Pau-Brasil, escrito por Oswald de Andrade em 1924, propõe uma
literatura extremamente vinculada à realidade brasileira) e da
"Antropofagia"(01) dentro da linha comandada por Oswald de Andrade.
Mas havia também os manifestos do Verde-Amarelismo e o do Grupo da Anta, que trazem a semente do nacionalismo
fascista comandado por Plínio Salgado.
No
final da década de 20, a postura nacionalista apresenta duas vertentes
distintas: de um lado, um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade
brasileira e identificado politicamente com as esquerdas; de outro, o
nacionalismo ufanista, utópico, exagerado, identificado com as correntes
políticas de extrema direita.
Entre
os principais nomes dessa primeira fase do Modernismo, que continuariam a
produzir nas décadas seguintes, destacam-se Mário de Andrade, Oswald de
Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, além de Menotti del
Picchia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.
O Modernismo - (segunda fase)
O
período de 1930 a 1945 registrou a estréia de alguns dos nomes mais
significativos do romance brasileiro. Refletindo o mesmo momento histórico(02)
e apresentando as mesmas preocupações dos poetas da década de 30 (Murilo
Mendes, Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius
de Moraes), a segunda fase do Modernismo apresenta autores como José Lins do
Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Érico Veríssimo, que
produzem uma literatura de caráter mais construtivo, de maturidade,
aproveitando as conquistas da geração de 1922 e sua prosa inovadora.
Efeitos da crise - Na década de 30, o país passava por grandes
transformações, fortemente marcadas pela revolução de 30 e pelo questionamento
das oligarquias tradicionais. Não havia como não sentir os efeitos da crise
econômica mundial, os choques ideológicos que levavam a posições mais definidas
e engajadas. Tudo isso, formou um campo propício ao desenvolvimento de um
romance caracterizado pela denúncia social, verdadeiro documento da realidade
brasileira, atingindo um elevado grau de tensão nas relações do indivíduo com o
mundo.
Nessa
busca do homem brasileiro "espalhado nos mais distantes recantos de nossa
terra", no dizer de José Lins do Rego, o regionalismo ganha uma
importância até então não alcançada na literatura brasileira, levando ao
extremo as relações do personagem com o meio natural e social. Destaque
especial merecem os escritores nordestinos que vivenciam a passagem de um
Nordeste medieval para uma nova realidade capitalista e imperialista. E nesse
aspecto, o baiano Jorge Amado é um dos melhores representantes do romance
brasileiro, quando retrata o drama da economia cacaueira, desde a conquista e
uso da terra até a passagem de seus produtos para as mãos dos exportadores. Mas
também não se pode esquecer de José Lins do Rego, com as suas regiões de cana,
os banguês e os engenhos sendo devorados pelas modernas usinas.
O
primeiro romance representativo do regionalismo nordestino, que teve seu ponto
de partida no Manifesto Regionalista de 1926 (este manifesto, elaborado pelo
Centro Regionalista do Nordeste, procura desenvolver o sentimento de unidade do
Nordeste dentro dos novos valores modernistas. Propõe trabalhar em prol dos
interesses da região nos seus aspectos diversos - sociais, econômicos e
Culturais) foi "A bagaceira", de José Américo de Almeida, publicado
em 1928. Verdadeiro marco na história literária do Brasil, sua importância
deve-se mais à temática (a seca, os retirantes, o engenho), e ao caráter social
do romance, do que aos valores estéticos.
Pós-Modernismo
O
Pós-Modernismo se insere no contexto dos extraordinários fenômenos sociais e
políticos de 1945. Foi o ano que assistiu o fim da Segunda Guerra Mundial e o
início da Era Atômica com as explosões de Hiroshima e Nagasaki. O mundo passa a
acreditar numa paz duradoura. Cria-se a Organização das Nações Unidas (ONU) e,
em seguida, publica-se a Declaração dos Direitos do Homem. Mas, logo depois,
inicia-se a Guerra Fria.
Paralelamente
a tudo isso, o Brasil vive o fim da ditadura de Getúlio Vargas. O país inicia
um processo de redemocratização. Convoca-se uma eleição geral e os partidos são
legalizados. Apesar disso, abre-se um novo tempo de perseguições políticas,
ilegalidades e exílios.
A
literatura brasileira também passa por profundas alterações, com algumas
manifestações representando muitos passos adiante; outras, um retrocesso. O
jornal "O Tempo",
excelente crítico literário, encarrega-se de fazer a seleção.
Intimismo - A prosa, tanto nos romances como nos contos, aprofunda
a tendência já trilhada por alguns autores da década de 30 em busca de uma
literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com destaque para
Clarice Lispector.
Ao
mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão com a produção fantástica
de João Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja,
penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil Central.
Na
poesia, ganha corpo, a partir de 1945, uma geração de poetas que se opõe às
conquistas e inovações dos modernistas de 1922. A nova proposta foi defendida,
inicialmente, pela revista "Orfeu", cujo primeiro número é lançado na
"Primavera de 1947" e que afirma, entre outras coisas, que "uma
geração só começa a existir no dia em que não acredita nos que a precederam, e
só existe realmente no dia em que deixam de acreditar nela."
Essa
geração de escritores negou a liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras
"brincadeiras" modernistas. Os poetas de 45 partem para uma poesia
mais equilibrada e séria, distante do que eles chamavam de "primarismo
desabonador" de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. A preocupação
primordial era quanto ao restabelecimento da forma artística e bela; os modelos
voltam a ser os mestres do Parnasianismo e do Simbolismo.
Esse
grupo, chamado de Geração de 45, era formado, entre outros poetas, por Lêdo
Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geir Campos e Darcy Damasceno. O final
dos anos 40, no entanto, revelou um dos mais importantes poetas da nossa
literatura, não filiado esteticamente a qualquer grupo e aprofundador das
experiências modernistas anteriores: ninguém menos que João Cabral de Melo
Neto. Contemporâneos a ele, e com alguns pontos de contato com sua obra,
destacam-se Ferreira Gullar e Mauro Mota.
A produção contemporânea
Produção
contemporânea deve ser entendida como as obras e movimentos literários surgidos
nas décadas de 60 e 70 e que refletiram um momento histórico caracterizado
inicialmente pelo autoritarismo, por uma rígida censura e enraizada
autocensura. Seu período mais crítico ocorreu entre os anos de 1968 e 1978,
durante a vigência do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Tanto que, logo após a
extinção do ato, verificou-se uma progressiva normalização no país.
As
adversidades políticas, no entanto, não mergulharam o país numa calmaria
cultural. Ao contrário, as décadas de 60 e 70 assistiram a uma produção
cultural bastante intensa em todos os setores.
Na
poesia, percebe-se a preocupação em manter uma temática social, um texto
participante, com a permanência de nomes consagrados como Carlos Drummond de
Andrade, João Cabral de Melo Neto e Ferreira Gullar, ao lado de outros poetas
que ainda aparavam as arestas em suas produções.
Visual - O início da década de 60 apresentou alguns
grupos em luta contra o que chamaram "esquemas analítico-discursivos da
sintaxe tradicional". Ao mesmo tempo, esses grupos buscavam soluções no
aproveitamento visual da página em branco, na sonoridade das palavras e nos
recursos gráficos. O sintoma mais importante desse movimento foi o surgimento
da Poesia Concreta e da Poesia Práxis. Paralelamente, surgia a poesia
"marginal", que se desenvolve fora dos grandes esquemas industriais e
comerciais de produção de livros.
No
romance, ao lado da última produção de Jorge Amado e Érico Veríssimo, e das
obras "lacriminosas"de José Mauro de Vasconcelos ("Meu pé de
Laranja-Lima", "Barro Blanco"), de muito sucesso junto
ao grande público, tem se mantido o regionalismo de Mário Palmério, Bernardo
Élis, Antônio Callado, Josué Montello e José Cândido de Carvalho. Entre os intimistas,
destacam-se Osman Lins, Autran Dourado e Lygia Fagundes Telles,
Na
prosa, as duas décadas citadas assistiram à consagração das narrativas curtas
(crônica e conto). O desenvolvimento da crônica está intimamente ligado ao
espaço aberto a esse gênero na grande imprensa. Hoje, por exemplo, não há um
grande jornal que não inclua em suas páginas crônicas de Rubem Braga, Fernando
Sabino, Carlos Heitor Cony, Paulo Mendes Campos, Luís Fernando Veríssimo e
Lourenço Diaféria, entre outros. Deve-se fazer uma menção especial a Stanislaw
Ponte Preta (Sérgio Porto), que, com suas bem humoradas e cortantes sátiras
político-sociais, escritas na década de 60, tem servido de mestre a muitos
cronistas.
O
conto, por outro lado, analisado no conjunto das produções contemporâneas,
situa-se em posição privilegiada tanto em qualidade quanto em quantidade. Entre
os contistas mais significativos, destacam-se Dalton Trevisan, Moacyr Scliar,
Samuel Rawet, Rubem Fonseca, Domingos Pellegrini Jr. e João Antônio.
--------------------------------
01
- "Revista de Antropofagia", publicação semanal que reunia o grupo
mais nacionalista da primeira fase do Modernismo. Teve 26 números, publicados
entre maio de 1928 e agosto de 1929.
02
- Queda da Bolsa de Nova York, colapso no sistema financeiro internacional, a
Grande Depressão - paralisação de fábricas, ruptura nas relações comerciais,
falências bancárias, altíssimo índice de desemprego, fome e miséria
generalizadas - gerando a intervenção do Estado na organização econômica, com
agravamento das questões sociais.
A PRODUÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL
Principais autores e Obras
QUINHENTISMO
Literatura informativa de origem
ibérica
-
Ambrósio Fernandes Brandão - Diálogo
das grandezas do Brasil
-
Gabriel Soares de Sousa (1540?-1591)
- Tratado descritivo do Brasil
-
Pero Lopes e Sousa - Diário de
navegação
-
Pero de Magalhães Gândavo - Tratado
da Terra do Brasil, História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente
chamamos Brasil
-
Frei Vicente de Salvador(1564-1639)
- História da Custódia do Brasil
Literatura informativa de autores
não-ibéricos
-
André de Thevet - As singularidades
da França Antártica
-
Antonil (Giovanni Antonio Andreoni,
1650-1716?) - Cultura e opulência do Brasil
-
Hans Staden - Meu cativeiro entre os
selvagens do Brasil
-
Jean de Lery - História de uma
viagem feita à terra do Brasil
Literatura dos Catequistas
-
Fernão Cardim - Tratado da Terra e
da gente do Brasil
-
José de Anchieta (1534-1597) -
Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões: De gentis Mendis de Saa;
De Beata Virgine dei Matre Maria; Arte da gramática da lingua mais usada na
costa do Brasil; e os autos: Auto da pregação universal; Na festa de São
Lourenço; Na visitação de Santa Isabel
-
Manuel da Nóbrega - Cartas do
Brasil; Diálogo sobre a conversão do gentio
BARROCO
-
Bento Teixeira (1561-1600) -
Prosopopéia
-
Gregório de Matos Guerra (1623-1696)
- Poesia sacra; Poesia lírica; Poesia satírica (2 volumes); Últimas
-
Manuel Botelho de Oliveira
(1636-1711) - Música do Parnaso
-
Frei Manuel de Santa Maria Itaparica
(1704-?) - Descrição da Cidade da Ilha de Itaparica; Estáquidos
-
Padre Antônio Vieira (1608-1697) -
Obra composta de sermões (15 volumes), cartas e profecias (as principais:
Sermão pelo bom sucesso das almas de Portugal contra as de Holanda; Sermão da
sexagésima; Sermão da primeira dominga da Quaresma; Sermão de Santo Antônio aos
peixes; e as profecias: Histórias do futuro e Clavis prophetarum
ARCADISMO
- Alvarenga Peixoto (1748-1793) - Enéias no Lácio e obra poética
esparsa
-
Basílio da Gama (1740-1795) - O
Uraguai
-
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
- Obras; Vila Rica; Fábula do Ribeirão do Carmo
-
Santa Rita Durão (1722-1784) -
Caramuru
-
Silva Alvarenga (1749-1814) - Obras
poéticas; Glaura; O desertor
-
Sousa Caldas (1762-1814) - Obra
esparsa (poemas, traduções, cartas)
-
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) -
Marília de Dirceu; Cartas Chilenas; Tratado de Direito Natural
ROMANTISMO - (Poesia)
Primeira geração
- Gonçalves Dias - (1823-1864) - Primeiros cantos; Segundos cantos;
Terceiros Cantos; Os timbiras; Sextilhas de Frei Antão (Poesia); Leonor de
Mendonça; Beatriz Cenci; Patkull (teatro); Brasil e Oceania; Dicionário de
lingua tupi
-
Gonçalves de Magalhães - (1811-1882)
- Poesias; Suspiros poéticos e saudades; A confederação dos Tamoios (poesia) Amância
(novela); Antônio José ou O poeta e a inquisição; Olgiato (teatro)
-
Manuel de Araújo Porto Alegre -
(1806-1879) - Brasilianas; Colombo
Segunda geração -
-
Álvares de Azevedo - (1831-1852) -
Lira dos vinte anos; O conde Lopo (poesia); Noite na Taverna; O livro de Fra
Gondicario (prosa); Macário (teato)
-
Cassimiro de Abreu - (1839-1860) -
As primaveras (poesia); Camões e o Jaú (teatro)
-
Fagundes Varela (1841-1875) - Vozes
da América; Estandarte Auriverde; Cantos do Ermo e da Cidade; Cantos religiosos;
Diário de Lázaro; Anchieta ou O evangelho nas selvas
- Junqueira Freire - (1832-1855) -
Inspirações do claustro
Terceira geração -
- Castro Alves (1847-1871) -
Espumas flutuantes; Os escravos; A cachoeira de Paulo Afonso; Hinos do Equador
(poesia); Gonzaga ou A revolução de Minas (teatro)
-
Sousândrade (Joaquim de Sousa
Andrade, 1833-1902) - Obras poéticas; Harpa selvagem; Guesa errante
-
Tobias Barreto (1837-1889) - Dias e
noites
ROMANTISMO (Prosa)
-
Bernardo Guimarães - (1825-1884) - O
ermitão de Muquém; Lendas e romances; O garimpeiro; O seminarista; O índio
Afonso; A escrava Isaura; O pão de ouro; Rosaura, a enjeitada; Jupira
(romances); Cantos da solidão (poesia)
-
Franklin Távora - (1842-1888) - A
trindade Maldita; Os índios do Jaguaribe; A casa de palha; Um casamento no
arrabalde; O cabeleira; O matuto; Lourenço.
-
Joaquim Manuel de Macedo -
(1820-1882) - A moreninha; O moço loiro; Os dois amores; Rosa, Vicentina; A
carteira do meu tio; A luneta mágica; As vítimas algozes, Nina; A Namoradeira;
Mulheres de matilha; Um noivo e duas noivas.
-
José de Alencar - (1829-1877) -
Cinco minutos; A viuvinha; Sonhos D’ouro; Encarnação; Senhora; Diva; Lucila; A
pata da gazela (romances urbanos); As minas de prata; A guerra dos mascates;
Alfarrábios (romances históricos); O sertanejo; O gaúcho (romances
regionalistas); Til; O tronco do Ipê (romances rurais); Iracema; O guarani;
Ubirajara (romances indianistas); A noite de São João, O crédito; Demônio
familiar; Verso e reverso; As asas de um anjo; Mãe; O jesuíta (teatro)
-
Manuel Antônio de Almeida -
(1831-1861) - Memórias de um sargento de milícias
-
Visconde de Taunay (Alfredo
D’Escragnolle Taunay - 1843-1899) - Inocência; A retirada da Laguna;
Lágrimas do coração; Histórias brasileiras
-
Teixeira de Souza (1812-1861) - Os
filhos do pescador; Tardes de um pintor
ROMANTISMO (Teatro)
- Martins Pena (1815-1848) - O juiz de
paz na roça; O cinto acusador; A família e a festa da roça; Os dois ou O inglês
maquinista; Judas em Sábado de Aleluia; O diletante; O noviço; As casadas
solteiras; O cigano; Os ciúmes de um pedestre; O usuário; A barriga do meu tio;
As desgraças de uma criança
-
Paulo Eiró (1836-1871) - Sangue
limpo
REALISMO
- Artur Azevedo (1855-1908)
- Amor por anexins; A pelo do lobo; O dote; A princesa dos cajueiros; O
liberato; A mascote na roça; O tribofe; Revelação de um segredo; A fantasia; A
capital Federal (teatro)
-
Machado de Assis - (1839-1908) -
Primeira fase: Ressurreição; A mão e a luva; Helena; Iaiá Garcia (romances);
Contos fluminenses; Histórias da meia-noite (contos); Crisálidas; Falenas;
Americanas (poesia); Segunda fase: Memórias póstumas de Brás Cubas; Dom
Casmurro; Esaú e Jacó (romances); Várias histórias; Páginas recolhidas;
Relíquias de Casa Velha (contos); Ocidentais (poesia); Hoje avental, amanhã
luva; Desencantos; O caminho da porta; Quase ministro; os deuses de casaca; Uma
ode de Anacreonte; Tu, só tu, puro amor; Não consultes médico (teatro).
Póstumas: Contos recolhidos; Contos esparsos; Histórias sem data; Contos
avulsos; Contos esquecidos; Contos e Crônicas; Crônicas de Lélio; Outras
relíquias; Novas relíquias; A semana; Crítica teatral; Crítica literária
Raul Pompéia - (1863-1895) - O Ateneu; Uma tragédia no
Amazonas; Agonia; As jóias da Coroa (romances); microscópicos (contos); Canções
sem metro (poesia)
NATURALISMO
- Adolfo Caminha - (1867-1897) - A
normalista; O bom crioulo; Tentação (romances); Judith; Lágrimas de um crente
(contos); Cartas literárias (crítica)
-
Aluisio Azevedo - (1857-1913) - Uma
lágrima de mulher; O mulato; Mistérios da Tijuca; Casa de pensão, O cortiço; A
mortalha de Alzira; Memórias de um condenado; Filomena Borges; O homem; O
coruja; O livro de uma sogra (romances); Demônios (contos); O bom negro
(crônicas).
-
Domingos Olímpio (1850-1906) -
Luzia-homem
-
Inglês de Sousa - (1853-1918) - O
cacaulista; Histórias de um pescador; O coronel sangrado; O missionário
(romances); Cenas da vida Amazônica (contos)
-
Júlio Ribeiro - (1845-1890) - A
carne; Padre Belchior de Pontes
-
Manuel de Oliveira Paiva -
(1861-1892) - Dona Guidinha do Poço; A afilhada
PARNASIANISMO
-
Alberto de Oliveira (1857-1937) -
Canções românticas; Meridionais; Sonetos e poemas; Poesias escolhidas; Versos e
rimas
-
Francisca Júlia - (1874-1920) -
Mármores; Esfinges
-
Olavo Bilac (1865-1918) - Panóplias;
Sarças de fogo; Via láctea; poesias infantis; Alma inquieta; Tarde (poesia);
Crônicas e novelas (prosa); e tratados de literatura
-
Raimundo Correia (1859-1911) -
Primeiros sonhos; Sinfonias; Versos e versões; Aleluia; Poesias
-
Vicente de Carvalho - (1866-1924) -
Relicário; Rosa, rosa de amor
SIMBOLISMO
-
Alphonsus de Guimarães - (1870-1921)
- Septenário das dores de Nossa Senhora; Dona mística; Kyriale; Pauvre lyre;
Pastoral aos crentes do amor e da morte; Escada de Jacó; Pulves; Câmara
ardente; Salmos da noite
-
Cruz e Sousa - (1863-1898) - -
Broquéis; Missal; Faróis; Evocação; Últimos sonetos
PRÉ-MODERNISMO
- Augusto dos Anjos (1884-1914) - Eu (poesia)
-
Coelho Neto (1864-1934) - A capital
federal; O rajá de pendjab; O morto; O paraíso; Tormenta, Esfinge (romances);
Rapsódias; Baladilhas; Álbum de Calibã; Vida Mundana; Contos da Vida e da Morte
(contos)
-
Euclides da Cunha - (1866-1909) - Os
sertões; Contrastes e confrontos; Peru versus bolívia; À margem da história;
Canudos - diário de uma expedição (ensaios históricos)
-
Graça Aranha - (1868-1931) - Canaã;
A viagem maravilhosa (romances); Malazarte (teatro); A estrela da vida;
Espírito moderno; Futurismo (ensaios)
- Lima Barreto - (1881-1922) -
Recordações do escrivão Isaías Caminha; Triste fim de Policarpo Quaresma; Numa
e a Ninfa; Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá; Bagatelas; Os Bruzundangas;
Clara dos Anjos (romances); Coisas do Reino de Jambom (sátira); Feiras de
Mafuás; Vida urbana; Marginália (artigos e crônicas); Diário Íntimo; Cemitério
dos vivos (memórias); Impressões de leitura (crítica)
-
Monteiro Lobato (1882-1948) -
Urupês; Cidades mortas; Negrinha; O macaco que se fez homem; O presidente
negro; Idéias de Jeca Tatu (prosa); Reinações de Narizinho; O paço do Visconde;
As caçadas de Pedrinho (literatura infantil)
-
Raul de Leoni - (1895-1926) - Luz
mediterrânea (poesia)
MODERNISMO - Primeira Fase
-
Antônio de Alcântara Machado -
(1901-1935) - Pathé Baby; Brás, Bexiga e Barra Funda; Laranja da China; Mana
Maria; Cavaquinho e Saxofone (prosa)
-
Cassiano Ricardo - (1895-1974) -
Dentro da Noite; A frauta de Pã; Martim-Cererê; Deixa estar, Jacaré; O sangue
das horas; Jeremias sem-Chorar (poesia)
-
Guilherme de Almeida - (1890-1969) -
Nós; Messidor; Livro de horas de Sóror Dolorosa; A frauta que eu perdi; A flor
que foi um homem; Raça (poesia)
-
Juó Bananère (Alexandre Ribeiro
Marcondes Machado - 1892-1933) - La divina increnca (poesia)
-
Manuel Bandeira (1886-1968) - Cinza
das horas; Carnaval; O ritmo dissoluto; Libertinagem; Lira dos cinquent'anos;
Estrela da manhã; Mafuá do malungo; Opus 10; Estrela da tarde; Estrela da vida
inteira (poesia); Crônicas da província do Brasil; Itinerário de Passárgada;
Frauta de papel (prosa)
- Mário de Andrade - (1893-1945) - Há
uma gota de sangue em cada poema; Paulicéia desvairada; Losango cáqui; Clã do
jabuti; Remate de males; Lira paulistana (poesia); Macunaíma (rapsódia); Amar,
verbo intransitivo (romance); Belazarte; Contos novos (contos); A escrava que
não é Isaura; Música, doce música; Namoros com a medicina; O empalhador de
passarinho; Aspectos da literatura brasileira; O baile das quatro artes
(ensaios); Os filhos da Candinha (crônicas)
-
Menotti Del Picchia (1892-1988) -
Juca Mulato; Moisés; Chuva de pedras (poesia); O homem e a morte; Salomé; A
tormenta (romances)
-
Oswald de Andrade - (1890-1954) -
Pau-Brasil; Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade; Cântico dos
Cânticos para flauta e violão (poesia); Serafim Ponte Grande; Os condenados; A
estrela de absinto; A escada vermelha; Memórias sentimentais de João Miramar;
Marco zero (2 volumes) (romances); O homem e o cavalo; A morta; O rei da vela
(teatro); Um homem sem profissão 1: sob as ordens de mamãe (memórias)
-
Plínio Salgado (1901-1975) - O
estrangeiro; O cavaleiro de Itararé (romances)
-
Raul Bopp - (1898-1984) - Cobra
Norato; Urucungo (poesia)
- Ronald de Carvalho - (1893-1935) - Toda a América; Epigramas irônicos
e sentimentais; Luz gloriosa e sonetos (poesia)
MODERNISMO (Segunda fase - Poesia)
- Augusto Frederico Schmidt - (1906-1965) - Navio perdido; Pássaro cego;
Desaparição da amada; Canto da noite; Estrela solitária
-
Carlos Drummond de Andrade -
(1902-1987) - Alguma poesia; Brejo das Almas; Sentimento do mundo; A rosa do
povo; Claro enigma; Viola de bolso; Fazendeiro do ar; Viola de bolso novamente
encordoada; Lição de coisas; Versiprosa; Boitempo; Reunião; As impurezas do
branco; Menino antigo; O marginal Clorindo Gato; Corpo (poesia); Confissões de
Minas; O gerente; Contos de aprendiz (prosa)
-
Cecília Meireles - (1901-1964) - Espectros;
Nunca mais; Metal rosicler; Viagem; Vaga música; Mar absoluto; Retrato natural;
Romanceiro da Inconfidência; Solombra; Ou isto ou aquilo (poesia); Giroflê,
giroflá; Escolha seu sonho (prosa)
-
Jorge de Lima - (1895-1953) - XIV
alexandrinos; O mundo do menino impossível; Tempo e eternidade (com Murilo
Mendes); Quatro poemas negros; A túnica inconsútil; Livro de sonetos;
Anunciação; Encontro de Mira-Celi; Invenção de Orfeu (poesia); Salomão e as
mulheres; Calunga; Guerra dentro do beco (prosa).
-
Murilo Mendes (1901-1975) - História
do Brasil; A poesia em pânico; O visionário; As metamorfoses; Mundo enigma;
Poesia liberdade; Contemplação de ouro preto (poesia); O discípulo dos Emaús; A
idade do serrote; Poliedro (prosa)
-
Vinícius de Morais - (1913-1980) - O
caminho para a distância; Forma e exegese; Ariana, a mulher; Cinco elegias;
Para viver um grande amor (poesia); Orfeu da Conceição (teatro)
MODERNISMO (Segunda fase - Prosa)
-
Cornélio Pena (1896-1958) -
Fronteira; Repouso; A menina morta
-
Cyro dos Anjos (1906) - O amanuense
Belmiro; Abdias; A montanha
-
Érico Veríssimo (1905-1975) -
Clarissa; Música ao longe; Um lugar ao sol; Olhai os lírios do campo; O resto é
silêncio; Noite; O tempo e o vento (O continente, O retrato e O Arquipélago); O
senhor embaixador; Incidente em Antares
-
Graciliano Ramos (1892-1953) -
Angústia; Caetés; São Bernardo; Vidas secas; Infância; Insônia; Memórias do
Cárcere; Viagem
-
Jorge Amado (1912) - O país do
carnaval; Cacau; suor; Capitães de Areia; Jubiabá; Seara vermelha; Terras do
sem-fim; São Jorge dos ilhéus; O cavaleiro da esperança; Gabriela, cravo e
canela; Os pastores da noite; Dona Flor e seus dois maridos; Tenda dos
milagres; Tieta do agreste, Tereza Batista cansada de guerra; Tocaia grande; O
sumiço da santa
-
José Américo de Almeida -
(1887-1980) - A bagaceira; O boqueirão; Coiteiros
-
José Lins do Rego - (1901-1957) -
Menino de Engenho; Doidinho; Bangüê; O moleque Ricardo; Usina; Pedra Bonita;
Fogo morto; Riacho doce; Pureza; Água mãe; Euridice
-
Lúcio Cardoso - (1913-1968) -
Maleita; Mãos vazias; O desconhecido; Crônica da casa assassinada; O viajante
-
Marques Rebelo - (1907-1973) -
Oscarina; Marafa; A estrela sobe; O espelho partido
- Otávio de Faria - (1908-1980) - Tragédia burguesa
-
Patrícia Galvão (1910-1962) - Parque
industrial; A famosa revista (em parceria com Geraldo Ferraz)
-
Rachel de Queiroz (1910) - O Quinze;
João Miguel; Caminho de Pedras; As três Marias (romances); Lampião; A beata
Maria do Egito (teatro)
PÓS-MODERNISMO
- Ariano Suassuna - (1927) Auto da compadecida; A pena e a lei; O
santo e a porca (teatro)
-
Clarice Lispector (1925-1977) -
Perto do coração Selvagem; O lustre; A maçã no escuro; Laços de família; A
legião estrangeira; A paixão segundo G. H.; Água viva; A via crucis do corpo; A
hora da estrela; Um sopro de vida
-
Ferreira Gullar (1930) - A luta
corporal; João Boa-Morte; Dentro da noite veloz; Cabra marcado para morrer;
Poema sujo (poesia)
-
Geir Campos (1924) - Rosa dos rumos;
Canto claro; Operário do canto (poesia)
-
Guimarães Rosa - (1908-1967) -
Sagarana; Corpo de Baile; Grande Sertão: veredas; Primeiras estórias; Tutaméia;
Terceiras estórias; Estas estórias
-
João Cabral de Melo Neto (1920) -
Pedra do sono; O engenheiro; Psicologia da composição; Fábula de Anfion e
Antiode; O cão sem plumas; O rio; Morte e vida severina; Uma faca só lâmina;
Quaderna; A educação pela pedra; Auto do frade; Agrestes; Crime de la Calle
relator
-
Jorge Andrade (1922-1984) - A
moratória; Vereda da salvação; A escada; Os ossos do barão; Senhora da boca do
lixo; Rasto atrás; Milagre na cela (teatro)
-
Lêdo Ivo - (1924) - O caminho sem
aventura; A morte do Brasil; Ninho de cobra; As alianças; O sobrinho do
general; A noite misteriosa (poesia); Use a passagem subterrânea (conto)
-
Mauro Mota - (1912-1984) - Canto ao
meio; Elegias (poesia)
- Nelson Rodrigues - (1912-1980) -
Vestido de noiva; Perdoa-me por me traíres; Álbum de família; Os sete gatinhos;
Viúva porém honesta; Bonitinha mas ordinária; A falecida; Boca de ouro; Beijo
no asfalto; Toda nudez será castigada; A serpente (teatro); O casamento
(romance)
-
Péricles Eugênio da Silva Ramos -
(1919) - Sol sem tempo; Lamentação floral (poesia)
PRODUÇÕES CONTEMPORÂNEAS
-
Adélia Prado (1936) - Bagagem; O
coração disparado; Terra de Santa Cruz (poesia); Cacos para um vitral; Os
componentes da banda (prosa)
-
Antônio Callado - (1917) - A madona
de cedro; Quarup; Reflexos do baile (prosa)
-
Augusto Boal - (1931) - Revolução na
América do Sul (teatro); Jane Spitfire (prosa)
-
Augusto de Campos (1931) - O rei
menos o reino; Caleidoscópio; Poemóbiles; Poetamenos; Poesia completa;
Ovonovelo; Linguaviagem; Antologia \noigrandes (poesia)
- Autran Dourado (1926) - A barca dos
shomens; Ópera dos mortos; O risco do bordado; Os sinos da agonia; Armas e
corações
-
Bernardo Élis - O tronco; Veranico
de janeiro (prosa)
-
Caio Fernando de Abreu - (1948) -
Morangos mofados; Triângulo das águas (prosa)
-
Carlos Heitor Cony - (1926) - O
ventre; Tijolo de segurança; Antes, o verão (prosa)
-
Chico Buarque de Holanda - (1944) -
Fazenda Modelo (prosa); Calabar (teatro, em parceria com Ruy Guerra); Gota
D’água (teatro, em parceria com Paulo Pontes); Ópera do malandro (teatro)
-
Dalton Trevisan - (1925) - O vampiro
de Curitiba; Desastres do amor; Guerra conjugal; A trombeta do anjo vingador;
Lincha tarado; Cemitério de elefantes (contos)
-
Décio Pignatari (1927) - O
carrossel; Rumo a Nausicaa; Poesia pois é poesia; O rosto da memória
-
Dias Gomes - (1922) - O pagador de
promessas; O rei de Ramos; O santo inquérito; Vargas (teatro); Odorico, o bem
amado (prosa)
-
Domingos Pellegrini Jr. (1949) - Os
meninos; Paixões; As sete pragas; Os meninos crescem (contos)
-
Eduardo Alves da Costa - (1936) -
Poesia viva; Salamargo (poesia); Fátima e o velho; Chongas (prosa)
-
Edla Van Steen - Antes do amanhecer;
Cio; Memórias do medo; Corações mordidos (prosa)
-
Esdras do Nascimento (1934) -
Solidão em família; Tiro na memória; Engenharia do casamento; Paixão bem
temperada; Variante Gotemburgo; Os jogos da madrugada (prosa)
-
Fernando Sabino (1923) - O encontro
marcado; O grande mentecapto; O homem nu; Deixa o Alfredo falar!; O gato sou eu
(prosa)
-
Geraldo Ferraz (1906-1979) -
Doramundo; KM 63 (prosa)
-
Gianfrancesco Guarnieri (1934) -
Eles não usam black-tie; Gimba; Arena conta Zumbi e Arena conta Tiradentes (em
parceria com Augusto Boal); Marta Saré; Um grito parado no ar; Ponto de partida
(teatro)
-
Haroldo de Campos (1929) - Auto do
possesso; O âmago do ômega; Servidão de passagem; Xadrez de estrelas; Poemas em
noites grandes; Galáxias (poesia)
-
Hilda Hilst (1930) - Balada de
Alzira; Ode fragmentária; Sete cantos do poeta para o anjo; Cantares de pedra e
predileção (poesia)
-
Ignácio de Loyola Brandão (1937) -
Depois do sol; Bebel que a cidade comeu; Pega eles, silêncio; Zero; Cães
danados; Cadeiras proibidas; Dentes ao sol; Não verás país nenhum; É gol;
Cabeças de 2ª feira; O verde violentou o muro; O beijo não vem da boca (prosa)
- João Ubaldo Ribeiro (1941) - Sargento Getúlio; Vila Real; Viva o povo
brasileiro (prosa)
-
José Cândido de Carvalho - (1914) -
O coronel e o lobisomem (romance)
-
José Lino Grünewald (1931) - Um e
dois (poesia)
-
José J. Veiga (1915) - A hora dos
ruminantes; Os cavalinhos de platiplanto; Sombras de reis barbudos (prosa)
-
José Mauro de Vasconcelos
(1920-1984) - Rosinha, minha canoa; Barro blanco; As confissões de Frei
Abóbora; O meu pé de laranja-lima; Rua descalça (prosa)
-
José Paulo Paes (1916) - Poemas
reunidos; Anatomia da musa (poesia)
-
Josué Montello (1917) - Janelas
fechadas; A luz da estrela morta; A décima noite; Os tambores de São Luiz
(prosa)
-
Lourenço Diaféria - (1933) - Um gato
na terra do tamborim; A morte sem colete (prosa)
-
Luiz Fernando Veríssimo (1936) -
Amor brasileiro; Pega pra Capitu; A mesa voadora; Humor de 7 cabeças; Ed Mort;
Sexo na cabeça; O analista de Bagé; O gigolô das palavras; A velhinha de
Taubaté; O popular; A mãe de Freud; A mulher do Silva (prosa)
-
Luiz Villela - (1943) - Tremor de
terra; Tarde da noite (contos)
-
Lia Luft (1938) - As parceiras; A
asa esquerda do anjo; Reunião de família; O quarto fechado (prosa); O lado
fatal (poesia)
-
Lygia Fagundes Telles - (1923) -
Ciranda de pedra; Verão no aquário; O jardim selvagem; As meninas; Seminário
dos ratos; A disciplina do amor (prosa)
-
Márcio Souza - (1946) - Galvez,
imperador do Acre; Mad Maria; A resistível ascensão de Boto Tucuxi; A
condolência (prosa)
-
Marina Colassanti (1937) - Eu
sozinha; E por falar de amor; A nova mulher; Mulher daqui pra frente;
Zooilógico; A morada do ser; Contos de amor rasgados; Uma idéia toda azul
(prosa)
-
Mário Chamie - (1933) - Lavra-lavra;
Indústria; Now tomorrow mau; Planoplenário (poesia)
-
Mário Palmério (1916) - Vila dos
Confins; Chapadão do Bugre (prosa)
- Mário Quintana (1906) - Rua dos
cataventos; Sapato florido; O aprendiz de feiticeiro; Apontamentos de história
sobrenatural; Canções; Caderno H (poesia)
-
Mauro Gama (1938) - Anticorpo; Corpo
verbal (poesia)
- Millôr Fernandes - (1924) - Computa,
computador, computa; Trinta anos de mim mesmo; Fábulas fabulosas; Compozissõis
infãtis; Que país é este? (prosa)
-
Moacyr Scliar - (1916) - O
pirotécnico Zacarias; O convidado (prosa)
-
Nélida Piñon - (1935) - A casa da
paixão; Sala de armas; A república dos sonhos (prosa)
-
Oduvaldo Vianna Filho - (1936-1974)
- Chapetuba futebol Clube; Corpo a corpo; Rasga coração; Papa Highirte (teatro)
-
Osman Lins - (1924-1978) - Nove
novena; O fiel e a pedra; Avalovara; A rainha dos cárceres da Grécia
-
Paulo Leminski - (1944-1989) -
Caprichos e relaxos (poesia); Catatau (prosa)
-
Paulo Mendes Campos (1922) - A
palavra escrita; O domingo azul do mar; O cego de Ipanema; Trinca de copas; O
cronista do morro (prosa)
-
Pedro Nava (1903-1984) - Baú de
Ossos; Balão cativo; O círio perfeito (prosa)
-
Plínio Marcos - (1935) - Dois
perdidos numa noite suja; Navalha na carne. Abajur lilás (teatro)
-
Renata Pallottini (1931) - A casa; A
faca e a pedra; Noite afora (poesia)
-
Ricardo Ramos (1929) - Tempo de
espera; Os desertos; Toada para surdos; As fúrias; O sobrevivente (prosa)
-
Ronaldo Azeredo (1937) - Mínimo
múltiplo comum (poesia)
-
Rubem Braga - (1913) - O homem
rouco; Ai de ti, Copacabana! (prosa)
-
Rubem Fonseca (1925) - A coleira do
cão; Lúcia McCartney; Feliz ano novo; O caso Morel; O cobrador; A grande arte;
Os prisioneiros; Bufo e Spallanzani (prosa)
-
Samuel Rawett - (1929-1984) - Contos
do imigrante; Os sete sonhos; O terreno de uma polegada quadrada (prosa)
-
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto,
1923-1968) - Tia Zulmira e eu; Primo Altamirando e elas; Rosamundo e os outros;
Febeapá - Festival de Besteiras que assola o país (2 volumes); As cariocas
(prosa)
-
Thiago de Mello (1926) - Narciso
cego; Vento geral; Faz escuro mas eu canto porque a manhã vai chegar (poesia).
Principais datas da literatura
brasileira
ANO
|
FATO
|
CONSEQÜÊNCIA
|
1500
|
Carta de Pero Vaz de
Caminha
|
Primeira
manifestação da literatura informativa
|
1549
|
Cartas do jesuíta
Manoel da Nóbrega
|
Primeira
manifestação da literatura dos jesuítas
|
1601
|
Bento Teixeira
publica camoniana, "Prosopopéia".
|
Introdução do
Brasil na poesia
|
1633
|
Estréia do Padre
Antônio Vieira nos púlpitos da Bahia
|
|
1705
|
Publicação de
"Música do Parnaso" de Manoel Botelho de Oliveira
|
Primeiro livro
impresso de autor nascido no Brasil.
|
1768
|
Fundação da
Arcádia Ultramarina, em Vila Rica, Minas Gerais. Publicação das
"Obras", de Cláudio Manuel da Costa
|
Início do Arcadismo
|
1808
|
Chegada da Família
Real ao Rio de Janeiro
|
Início do período
de transição
|
1836
|
Lançamento da
Revista"Niterói", em Paris. Publicação do livro "Suspiros
Poéticos e Saudades", de Gonçalves de Magalhães.
|
Início do Romantismo
|
1843
|
Gonçalves Dias
escreve, em Coimbra, a Canção do exílio
|
|
1857
|
José de Alencar
publica o romance indianista "O Guarani"
|
|
1868
|
Castro Alves escreve,
em São Paulo, suas principais poesias sociais, entre elas: "Estrofes do
solitário", "Navio negreiro", "Vozes d'África"
|
|
1870
|
Tobias Barreto lidera
movimento de realistas
|
Primeiras
manifestações na Escola de Recife
|
1881
|
Publicação de
"O mulato", de Aluízio de Azevedo
|
Primeiro romance
naturalista do Brasil
|
1881
|
Publicação de
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
|
Primeiro romance
realista do Brasil e início do Realismo
|
1893
|
Publicação de
Missal (prosa) e Broquéis (poesia), de Cruz e Souza
|
Início do Simbolismo
|
1902
|
Publicação de
"Os Sertões", de Euclides da Cunha
|
Início do
Pré-Modernismo
|
1917
|
Menotti del Picchia
publica "Juca Mulato"; Manuel Bandeira publica "Cinzas das
horas"; Mário de Andrade publica "Há uma gota de sangue em cada
poema"; Anita Malfatti faz sua primeira exposição de pinturas; Monteiro
Lobato critica a pintora e os jovens que a defendem são os mesmos que,
posteriormente, participariam da Semana de Arte Moderna
|
|
1922
|
Realização da
Semana de Arte Moderna, com três espetáculos no Teatro Municipal de São
Paulo em 13, 15 e 17 de fevereiro. Mário de Andrade recebe intensa vaia ao
declamar poesias de seu livro "Paulicéia desvairada"
|
|
1930
|
Publicação de
"Alguma Poesia", de Carlos Drummond de Andrade
|
Segunda geração do
Modernismo
|
1945
|
A Geração de 45
|
Terceira geração do
Modernismo
|