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JOSE ROBERTO TAKEO ICHIHARA ()
Página do autor: www.paralerepensar.com.br/ichihara
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O país das desigualdades


O brasileiro antenado não descuida do que acontece no andar de cima do país. Enquanto a mídia corrompida se esforça para mostrar os transtornos causados pelas greves dos assalariados como professores e bancários, uma turma de privilegiados recebe bem acima dos R$ 28 mil fixados como teto para o funcionalismo público. O TCU (Tribunal de Contas da União) já determinou o corte no pagamento de 1.111 servidores da Câmara de Deputados que se enquadram nesta situação. A farra ajuda a onerar os custos em R$ 517 milhões por ano.
Mas,Relojes hombre diferentemente dos escândalos passados, os auditores do TCU querem que os valores pagos a mais, nos últimos cinco anos, sejam ressarcidos aos cofres. Nada mais justo! Claro que a turma que mamou nas tetas da Mãe Pátria não devolverá esta grana de mão beijada. Logo o Sindicato que defende os "direitos" dos beneficiados brigará para sensibilizar a população sobre esta ilegalidade. Uma tropa de advogados especialistas no assunto provará que, pela Lei, ninguém pode ser prejudicado. Enfim, muita água vai rolar sob a ponte da alegria.
Para quem gosta de lidar com números e alocar recursos corretamente, a quantia estimada - o valor real deve ser bem maior que isso - poderia fazer as contas dos benefícios que esta bolada representa nos serviços de primeira necessidade para a população. Mas o que causa mais inconformismo no cidadão comum é que o rombo é apenas na Câmara. Se estender para as outras Casas da Mãe Joana Oficiais, bancadas pelo povo, a conta será assustadora. Por isso é que o dinheiro nunca dá para atender quem mais precisa. O pior é o serviço oferecido!
As irregularidades são tão absurdas que houve pagamento de horas extras para funcionário de férias!!! Não poderia faltar, para completar a seriedade com os recursos públicos, os contratos nebulosos que todas Instituições Oficiais mantêm com prestadoras de serviços ligadas ao círculo do poder. Resultado: a conta que vai para o contribuinte é pesada e não traz nenhum benefício em contrapartida. Mas o pior é a imagem que a população, vendo os escândalos denunciados e impunes, guarda na memória. Haja desconfiança nas Instituições!
Como consertar tanta coisa errada? Mantendo leis que só beneficiam os poderosos e punem os desassistidos? Os exemplos mostrados não ajudam a mudar a falta de confiança na nossa Justiça. Enquanto os corruptos vivem protegidos pelas brechas que as leis oferecem, os coitados sofrem porque nunca conseguem a mesma proteção. Uma poderosa empresa da mídia sonega milhões de reais em impostos, mas o governo estadual, da mesma cidade onde o sonegador tem sede, protela para pagar uma mísera pensão determinada pela Justiça. Por quê?
Qual alternativa sobra para aqueles que não tem a quem recorrer? O povo sofrido e massacrado descobriu que o único caminho é a manifestação de rua. Daí que este local se tornou o palco preferido dos descontentes com as irregularidades. As consequências são incômodas, mas não há outro jeito. Engarrafamento, depredação promovida pelos arruaceiros e enfrentamento com a polícia mostram o nível de insatisfação do contribuinte com o uso que fazem dos impostos que paga. Isso tudo seria evitado se houvesse seriedade e transparência.
Existe um limite para a turma de baixo aguentar a sobrecarga que os do andar de cima lhes colocam sobre os ombros? A resposta está nas manifestações que vemos há alguns meses nas ruas das principais cidades do país. Mas a miopia dos que ficam nas alturas, já que não conseguem ver todos os movimentos dos de baixo, só fazem aumentar a gravidade pela falta de visão. Nem à propósito: uma recente pesquisa mostra que o analfabetismo aumentou nos últimos anos. Será que R$ 517 milhões mudaria a vida desses 13 milhões de brasileiros?


J R Ichihara
28/09/2013