DIAS INCERTOS
Por: Tolentino e Silva
Os anos passam... as eleições acontecem
As promessas são feitas
Os dias passam...
Os meses passam...
Os anos passam...
As eleições novamente acontecem
Promessas são feitas, as mesmas de sempre
O povo acredita
A crença e a esperança tornam-se mais fortes que o não, que a dúvida
Os dias passam...
A massa humana sofre!
A política cresce
Os interesses individuais crescem
Os eleitos somem das ruas, das avenidas, dos palanques, da periferia fétida, imunda, onde jamais colocariam seus pés, exceto no período de eleição
Desaparecem também dos seus luxuosos gabinetes
Quando são procurados pelos eleitores, estão sempre viajando, ocupados, em reunião, em plenário. Assim, seus(suas) assessores(as) são orientados(as) e ficam ali, como espantalhos no arrozal, para espantar os pássaros, ou melhor, os ontem eleitores, agora “intrusos).
Os dias passam...
Os anos passam...
Novas eleições acontecem.
Uma frase bem colocada, expressa em âmbito político, não se sabe qual o autor, mas que vale lembrar "o brasileiro tem memória curta".
Não é que é mesmo verdade?
Ele tem razão!
O brasileiro esquece fácil.
Muitos não se lembram nem em quem votou na eleição passada!
O ditado é tão real que, o mau político se candidata novamente e é reeleito, pelas mesmas pessoas que foram por ele enganadas com palavras tão fúteis, mas que tocaram os corações daqueles que ardentemente procuram algo para se agarrar, em busca de soluções para os inúmeros problemas por que passam ele e a cidade onde mora.
Coitadas dessas pessoas! Agarra-se em algo tão frágil e irreal que as tornam cada vez mais fracas.
E de fato, outra eleição acontece...
Novamente começam as peregrinações pelas favelas, vielas, ruas sujas, cheias de moscas, ratos, poças de lama podre, esgotos escorrendo a céu aberto, barracos quase assombrados, para eles, claro!
Uns tapam os narizes, outros cospem de nojo!
Outros dizem: - seja tudo pelo amor de Deus!
Para os caçadores de votos, a frase seria: - seja tudo pelo amor ao voto!
O povo, "de memória curta" vota novamente.
Por incrível que pareça, é novamente decepcionado!
Os buracos continuam,
A lama ou poeira continuam,
As doenças continuam,
O barraco, verdadeiro balança-mas-não-cai continua,
Os assaltos continuam,
A matança continua,
Os estupros continuam,
A corrupção continua
A fome continua,
Os roubos continuam.
Lá do alto, em seu tão sonhado trono, o eleito ri...
Ri da miséria dos eleitores que o elegeram.
É lamentável!
Há até políticos que eleitos, já em seus gabinetes, com exceção de alguns, que lutam incansavelmente pela ética e recebem com mérito seus salários, são capazes de votar apenas
matérias contrárias à ansiedade do povo.
Covardia!
O futuro político do país ninguém sabe
Nem cartomante, nem adivinho, nem vidente
Enquanto isso o eleitor fica na expectativa de melhoras
E espera... espera... espera...
Até que pereça, sem ter os resultados desejados, que fizessem jus ao seu voto, à sua fidelidade.
|