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Luiz Roberto Pires Domingues
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Crônica
 
A Virtude Está no Meio
Por: Luiz Roberto Pires Domingues

"Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele
saberá o valor das coisas e não o seu preço."

Não sabemos o autor desta frase, mas se trata, na verdade, de alguém com uma sensibilidade apuradíssima.
O símbolo maior de êxito na vida do povo americano, por exemplo, é ser rico, é o que de fato interessa como demonstração de pleno e total sucesso. Não é à toa que têm eles a maior economia do planeta, suscetível de enfrentar qualquer vendaval, furacão ou tsunami, sem abalos maiores no seu orçamento doméstico e no equilíbrio das contas nacionais, com recuperação quase que imediata.

Têm também a moeda mais forte do planeta, que serve de parâmetro para todas as outras, sejam elas quais forem. Tudo se resume na medição de cada uma em face do dólar americano. Não é por outra razão que esta moeda serve de esteio àqueles que desejam fazer um pé de meia, guardando dinheiro em espécie.

Mas, viver em função do dinheiro é algo que não significa necessariamente felicidade. Quando se tem o dinheiro como prioridade, há um forte indício de que as pessoas estão mais preocupadas em ganhá-lo, do que realizar os seus verdadeiros sonhos e desejos de bem-estar. Procura-se algo para ficar rico, e não para a realização profissional.

É evidente que grande parte da nossa gente não trabalha naquilo que gostaria, mas sim naquilo que foi possível para sobreviver. O resultado é quase sempre uma insatisfação pessoal generalizada, em termos profissionais.

Ouvi desde pequeno que nós deveríamos ser criados, para que pudéssemos encontrar o nosso caminho profissional, de acordo com o dom de cada um. “O que você vai ser quando crescer?” Seria de fato uma grande satisfação alguém seguir uma carreira que esteja de acordo com a sua personalidade e seus anseios, sem se preocupar com a sua remuneração. Seria um sonho dourado. Na realidade, aquele que consegue êxito profissional na vida quase sempre não tem uma retribuição correspondente à sua expectativa. Dedica-se ao que gosta.

Como resultado disto, frequentemente vemos que os que ganham dinheiro podem, eventualmente, não estar fazendo o que realmente gostam; e aqueles que fazem o que gostam, podem não estar recebendo o suficiente ao investimento que ele imaginou.

Assim, como tudo nesta vida, a virtude está no meio. Melhor seria verificar a gama de atividades que cada pessoa tem aptidão, e normalmente existe mais de uma, ao mesmo tempo em que se deva fazer uma análise sobre o potencial de ganho financeiro de cada especialidade, de forma que a escolha da profissão possa unir o útil ao agradável. Nem tanto ao mar, nem tanto à Terra.

A obsessão pelo dinheiro poderá não lhe trazer necessariamente a sua felicidade profissional, tomando-lhes as horas mais preciosas do seu dia a dia. Você vai estar desenvolvendo a sua atividade profissional, utilizando-se dos melhores momentos do dia, e a falta de plena satisfação poderá transformá-lo num robô, amorfo, e sem qualquer criatividade no trabalho. Da mesma forma, a sua total satisfação profissional pode, com certa freqüência, lhe trazer insatisfação por lhe faltar meios indispensáveis para a sua sobrevivência, e de sua família.

Ser professor ou professora primária neste nosso Brasil Varonil será uma experiência tão dramática, quanto ser um músico de uma orquestra sinfônica. Não estamos falando, é claro, das pessoas que extrapolam, pois estas vencerão sempre todas as dificuldades, em qualquer profissão, e chegarão aonde realmente merecem, realizando-se profissional e financeiramente.

Não é o caso da grande maioria do povo.

Se houver necessidade de sacrificar algum aspecto da vida, o melhor é abrir mão tanto de um lado, como de outro, de forma a se encontrar um meio termo, um equilíbrio, que permita a cada pessoa perceber o suficiente, realizando um trabalho que, pelo menos, lhe dê alguma satisfação pessoal. É, na verdade, alcançar um equilíbrio entre o bem-estar emocional e o econômico.

O que não é tão fácil.
Luiz Roberto Pires Domingues

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