A PALAVRA
Por: Marcos Costa Filho
A palavra, o som que comunica,
tem propriedades, com certeza,
várias facetas de se apresentar.
Dita irreverente, sem respaldo,
pode gerar um caso embaraçado,
muitas vezes, difícil de solucionar.
A palavra que aproxima
leva em sua íntegra
o bom do que foi pensado
no preparo da elocução.
É a palavra amiga,
aquela, que bem faz rima
no consenso do conversado.
A palavra que afasta,
sai de modo revesso,
quando não é burilada
e a proximidade se gasta,
deixando toda complicada,
logo, a animosidade criada
e faz da relação controverso.
A palavra em sua face amena,
dita com ênfase modulada,
semeia no diálogo aconchego
e os ânimos ficam amistosos,
deixam logo a vida temperada,
qualquer revés em quarentena
e uma feliz convivência é gerada.
A palavra em sua face revessa,
a mesma que adoça encontros
pode produzir o acender conflitos
e a animosidade logo se apressa.
E, sem retorno, equivocados ditos
reduzem amizades a escombros.
A palavra tem uma força implícita,
há que se ter no seu uso cuidado,
pois depende de como for dita
e do tom de voz nela colocado.
Amor, amizade... relacionamentos,
mesmo depois de bons momentos,
podem ter de súbito, fim inesperado
|