Amém?
Por: Morena
Querem me ver arrancar de perto de alguém? É estar conversando com a pessoa, seu celular tocar, e a partir daí eu me tornar totalmente invisível e desinteressante para ela. Conheço pessoas que a cada bip do celular não dão mais importância à vida real. O mundo de elas gira em torno de um aparelhinho viciante. Sinto até pena. Internet, sim! Celular, sim! Mas com moderação e bom senso.
Quarta-feira última eu compareci a um evento literário, e enquanto um dos oradores se pronunciava, um cavalheiro sentado na segunda fila, atrás de mim, atendia a um celular em voz alta em que uma mulher falava sem parar. O desrespeito ao orador foi total. Ele também percebeu o celular ligado e como versava sobre amor ao próximo, encerrou suas falas assim dizendo, "Mais amor e atenção à nós e toda a Natureza. E menos celular, por favor!" O partícipe fez que não ouviu e continuou de celular ligado. Diz um ditado arcaico que os incomodados que se mudem. Foi o que eu fiz.
Muitas coisas esdrúxulas são ensinadas na internet por palpiteiros da vida: faça isso, faça aquilo, tome chá disso, tome chá daquilo. E dizem que o doutor X encontrou a cura do diabetes, que doutor Y encontrou a cura definitiva do reumatismo. Também dizem que certo pastor rico cura todos os tipos de cânceres e que certo bispo milionário faz crescer membros em desmembrados. Curandeiros apregoam que chá de jiló é excelente para o coração, que chá de morcego cura insônia, que tal fórmula mágica cura tudo, desde bicho-de-pé à bicho-de-cabeça.
Ora, que cada um se vire na vida como pode, como quer, que busque a cura que lhe convier, que coma como rei ou como plebeu, que siga e seja seguido por quem quiser. Importante na vida será não praticar o mal, não roubar, não matar e não deixar crescer demasiado a barriga. E desconfiar de benzedores, pajés e vodus reais ou virtuais. Também não dar a mínima para viciados em celular. Amém?
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