A la champagne!
Por: Marlene A. Torrigo
Ser-se arrebatado da vida para a morte, assim!... A morte de tudo. Nada levar dos sonhos conquistados. Não mais realizar os sonhos que ainda se os sonhava. Para os que ficam, a certeza da ilusão de viver. Termos a certeza, a ciência que somos meros ectoplasmas ambulantes. Conscientizar-nos que soberba, grandeza, nobreza, nada nos livra do fim.
Destarte, vivamos a vida enquanto bela vida. Cuidemo-nos. Um dia tudo acabará em nada. Então precisamos (como precisamos!) seguir na jornada, perseverar na labuta, semear e colher, passear, amar, viver até o fim a vida a que fomos destinados.
Que os compromissados respeitem seus pares, que saibam viver uma amor azul. Que os descompromissados sigam seu coração. Medo da rejeição? Se o amor não for correspondido, que seja! Em outro lugar alguém dirá sim. E viva o amor, encantado amor! Que não se o deixe passar, morrer. A vida pede urgência nos encantos.
Não se permita que nenhum sonho se acinzente antes de tentar realizá-lo. Há uns poucos anos eu sonho fazer um cursinho básico de jardinagem e horticultura. Aprender a cultivar um pedacinho de terra, tratá-la, hidratá-la, mas estou sempre adiando. Vamos lá, senhora Marlene! Não se adia sonhos brilhantes.
Sim, se desejamos viajar, viajemos; se desejamos morar em Marte, moremos; se desejamos tomar banho de cachoeira, tomemos; se desejamos correr para os braços da felicidade, corramos; se desejamos pintar o sete, pintemos (com dignidade). Façamos tudo. Não passemos vontades. Não permitamos que o destino nos passe a perna.
Sobretudo, nada de querermos ser rocha, fortaleza, super-heróis o tempo todo. Não há rocha que não sofra erosão com as cruezas do tempo. Resiliência sim, submissão ao sofrimento não. Assim, viva-se a vida, admirável vida. Bem assim, celebrando-a, a la champagne!
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