CHUVAS DE GRAÇA
Por: Tolentino e Silva
A gente pode estar que nem calango nordestino, torrando no sol, sem uma folha sequer para cobrir o couro. A gente pode estar como o beduíno, o nômade do deserto, com sede, possuído de alucinações, começa a ver oásis por todos os lados. Mas de repente, um vento leve, incomum na região, começa a embalar as árvores, a fiação, as antenas de TV, a soprar a poeira e a fazer esvoaçarem as folhas secas, nas ruas e nas calçadas. E eis que, acontece o milagre! Como se abre o registro de um chuveiro, Deus faz milhões de minúsculos furos no céu e ela, copiosamente, desce! Os primeiros, privilegiados, são as aves do céu, que, exaustas, sobrevoam a cidade, em busca do escasso alimento no campo. Depois, os homens, os seres filhos de Deus, semelhantes a Ele e por fim, a mãe terra, o bem comum, por Ele deixado. E nela a abençoada chuva, da posição vertical em que chega, horizontalmente se espalha, formando poças, infiltrando, encharcando, chegando ao lençol freático, onde ficará como reserva, para o próximo período de seca. O resultado desse bendito líquido que só Deus sabe fazer e distribuir. São rios cheios, pesca abundante, pastos verdes, reses gordas e fortes, reprodução de todas as espécies, reservatórios cheios!
BÊNÇÃOS CAÍDAS DO CÉU!
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