QUEM LER, ENTENDA
Por: José Arthur de Oliveira
Considerando nossa condição atual, que reconhecemos muito distante do ideal espírita haveremos de concluir que nossa proposta reencarnatória anda esquecida, e retornaremos à pátria espiritual com débitos que desde já precisavam estar solucionados.
Grande parte da humanidade ainda desconhece que a causa de sua presença no mundo se deve aos mecanismos da Justiça Divina, (mais exatamente a reencarnação) eficiente medida de reparação e progresso, a qual nós espíritas não podemos alegar desconhecer, e por isso mais grave se torna a indiferença com que temos lidado com nossos atuais compromissos.
Como desculpa costumamos dizer que não se torna santo de uma hora para outra, e então nos entregamos ao relaxamento e aos velhos hábitos; entretanto este comportamento está conduzindo-nos a encarnações bastante difíceis.
É certo que aqui realizamos algum bem e praticamos algumas boas ações; mas rotineiramente temos feito isto também em vidas passadas. Afinal o evangelho está conosco há mais de vinte séculos.
Se para o homem comum este momento tão doloroso pelo qual passamos serve de advertência ao subconsciente adormecido, para nós, espíritas, reveste-se de particular importância.
Trata-se de uma carta aberta, pelas vias da mediunidade, lembrando que o novo mundo está à porta, e não mais se compadece com aqueles que, advertidos, insistem em relegar para as próximas encarnações o progresso espiritual que já deveria estar concluído.
Estamos habituados à dor e ao sofrimento que nos atinge desde muitos séculos, enquanto trilhávamos os caminhos de erros graves, mas sempre fomos muito sensíveis ao SOFRIMENTO IMPOSTO AOS NOSSOS FAMILIARES!
Exatamente eles, que nos dias desta contagiosa enfermidade, acomodados pelo isolamento exigido, se entregaram ao relaxamento e à ociosidade espiritual como fuga alienante e prazerosa. Nenhuma leitura edificante, e sequer uma prece.
Nestes momentos teriam ouvido nossa advertência, branda ou enérgica.
No entanto nos calamos.
Eles agora, isolados em hospitais, cercados por aparelhos médicos que mais parecem máquinas de tortura, lançam-nos um último olhar, suplicante, para que algo façamos... Mas estamos impotentes.
Nosso momento para ajudá-los havia passado.
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