Cabindês Eu Sou
Por: Joaquim Fernandes
CABINDÊS EU SOU
Mundo dizei-me o que valho
Enquanto for cabindês, eu sou.
Cá morro na dor que me assola
Vestido de luto, à cabeça o vermelho
É meu desejo que vos retrate
Minha dor tão sufocante,
Que dia vós me deste
Que vos não vi arrogante!
Mundo dizei-me o que valho
Dizei-me a quem me igualais;
Se soubesse o que valho
Quanto vos não lembrava os males!
Se quiserdes abro-vos o coração;
Dizei-me tudo quanto sou
Sem pena do que não é são,
Dizei-me todos o que eu sou.
Mundo dizei-me o que valho
Meu povo me acompanha no tempo
Mentiras, falsas promessas no trabalho
Quanta lembrança vos não dei tempo!
Se desconheceis a minha identidade,
Filho africano também sou
E se considerais que seja vaidade
Dizei-me vós quem eu sou.
Algures no Exílio
João Mbatchi (Manga Ndose Ntu)
|