A SOLIDÃO DAS RUAS E A FRIEZA DOS LARES
Por: João Márcio F. Cruz
Há uma solidão das ruas á noite
A lua substitui o burburinho do dias. O frenesi dos carros e das pessoas cede espaco ao silêncio que sopra nos jornais abandonados no chão
.
Ao longe, um latido tilinta nas vidraças embaçadas pelo gozo solitário...
.
Dentro de casa, o velho ronca enquanto a mulher chora ao lavar os pratos.
A agua se mistura com sabão e lagrimas.
.
Na sala, ele, o macho alfa, come bolachas com refriferante enquanto coça o saco e reclama da política.
.
Na esquina, parecendo um rato, dorme seu sono da fome, um mendigo; ao seu lado, farelos de uma janta gosmenta
De repente, as luzes se apagam e naquela família, enquanto as crianças arrotam pizza ou são abusadas pelos adultos, o papai vai enfiar na mamãe seu tedio e seu nojo do mundo, principalmente do patrão que não aumenta seu salario e do mundo que não reconheceu seu valor artistico
.
HÁ UM FRIO NAS RUAS
NÃO TÃO FRIO QUANTO DENTRO DE CASA
(João Márcio)
|