Pós Covid 19
Por: Lindberg R. Garcia
O Pós Covid-19
Por Lindberg Garcia
“Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois Deus é o autor de todas as coisas. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem, as da alma e segue-as”. (As Leis Morais – O Livro Dos Espíritos)
“Entre as Leis Divinas; umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas; seu estudo pertence ao domínio da Ciência; outras concernem especialmente ao homem e às suas relações com Deus e com os seus semelhantes. Compreendem as regras da vida do corpo e as da vida da alma: são as leis morais.” (Allan Kardec, Qs. 614 a 618)
“Embora a Lei Natural refira-se tanto ao aspecto físico quanto ao aspecto moral, é o aspecto moral que deve ser enfatizado, pois é ele que dá referência ao nosso estado de evolução espiritual.”
Houve, ou continua a haver uma tempestade negra ao redor do mundo. Ventos pestilentos ceifaram vidas, independentemente da classe social, rico ou pobre, raça ou cor, homem ou mulher, crianças, jovens ou velhos, todos estavam sujeitos ao ataques virulento da doença. Vítimas? Nos aras sacrificiais do vírus contaram-se aos milhares as vidas exterminadas pelo inimigo quase invisível, não fosse a visão microscópica a mostrar-lhe a pestífera face. Esse predador, de forma ovoide, com as espículas que lhe compõe o corpo viral, até se parece com minas navais e seus detonadores (artefato explosivo), utilizadas em tempos de guerra para afundar navios e submarinos.
De letalidade é infinitamente maior, não atinge apenas alvos pré-determinados, mas também grande parte da população mundial. Sabe-se que ele não é relativamente novo, pois segundo o médico e cientista infectologista italiano, Luigi Greco, “o vírus tem a experiência de 3 bilhões de anos. Nós, de alguns milênios. Em um cenário de guerra, somos derrotados no começo”.
De ataque em ataque, de mutação em mutação, o vírus (o Sarcov, o Mers-cov, o Sarcov-21, o Covid-19), fizeram vítimas mundo afora espalhando dor às inúmeras famílias enlutadas. A cada dia esta estatística fúnebre se mostrou mostrado mais robusta, debalde os esforços da ciência, dos sanitaristas, dos governos e tantos outros abnegados anônimos que tentam barrar-lhe o avanço.
Doenças pandêmicas, desde há muito, vêm impondo a humanidade terrestre sua letalidade. Assim foi Gripe Espanhola que causou a morte de 20 a 250 milhões de pessoas. No Brasil essa enfermidade levou à morte cerca de 35 mil brasileiros, entre eles um ex-presidente da república, Rodrigues Alves, eleito para um segundo mandato em 1918, vindo a falecer da doença antes da sua posse. A Varíola atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos, a Cólera em 1817, a Tuberculose, que entre 1850 a 1950, levou a morte mais de 1 bilhão de pessoas, a Peste de Justiniano, no ano de 541 d.C., matou entre 500 mil a 1 milhão de pessoas. Estima-se que tenha durado mais 200 anos. A Peste Negra, em 1343, apareceu de forma intermitente até o começo do século XIX e matou entre 85 a 200 milhões de pessoas. A Gripe Russa, com proliferação inicial de duas semanas sobre o Império Russo, chegou ao Rio de Janeiro. Ao todo, 1 milhão de pessoas morreram por conta de um subtipo do vírus da influenza “a”.
Mas como encarar esses flagelos destruidores, que de tempos em tempos atingem a nossa nave Terra? E por que eles ainda ocorrem? Qual a sua finalidade? Obra do acaso? Uma fatalidade? Que consequências traz para a humanidade? O que diz a Doutrina Espírita sobre esses flagelos que de tempos em tempos surgem em nosso Planeta.
Tomás de Aquino nos ensina que; “Há uma lei eterna, isto é, a razão, que existe na mente de Deus e governa o universo”, e todos esses questionamentos desaparecem. A lei eterna, a que se refere Tomás de Aquino, são as leis naturais, as leis divinas, tratada na parte Terceira de O Livro dos Espíritos, in casu, a Lei de Destruição. Na questão 737, em que Kardec inquire aos Espíritos instrutores; “Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores”? A resposta dá luz ao flagelo do Covid-19 que nos atormentou e parece que ameaça voltar. Ei-la; “Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos espíritos, que a cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos”.
Esses flagelos enfrentado pela humanidade, têm feito com que o homem progrida alcançando resultados no sentido de debelar a causa do mal que o aflige. Vemos hoje o esforço conjunto dos países na busca de vacinas e medicamentos que combateram o Covid-19. Foi o que aconteceu anteriormente com a Varíola, a Cólera, a Influenza, a Gripe H1N1, e a Tuberculose. Diante desses desastres, é que aparecem nomes como Albert Sabin, criador da vacina oral contra o Poliomelite, Louis Pasteur, contra a Raiva, Alexander Fleming, descobridor da Penicilina, Vital Brazil, criador do Soro antiofídico, Eduard Jenner, vacina contra a Varíola, Camile Guerin e Albert Camette, criadores da vacina BCG contra a Tuberculose, Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, virologista que derrotou o vírus do Ebola. Abnegados cientistas que a seu tempo vieram demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus que lhes têm oferecido desde todos os tempos o ensejo de manifestarem seus sentimentos de abnegação e de amor ao próximo. (vide questão 740, em O Livro Dos Espíritos).
Allan Kardec, em seu comentário a questão 741, nos leva a refletir sobre a responsabilidade do homem perante a humanidade. Assim vejamos; “Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais da terra. Não tem o homem encontrado na ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando menos, atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas por terríveis flagelos, não estão preservadas deles? Que não fará, portanto o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando, aos cuidados da sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento de caridade para com seus semelhantes”?
Não é isto que está se passando diante de nossos olhos? O sentimento de solidariedade, de cooperação, não somente entre as pessoas, mas também entre as nações, vem se tornando uma realidade nunca vista, tamanha a sua intensidade e constância. Toneladas de alimentos são doados à populações carentes, hábitos de higiene são observados com maior rigor, laços familiares se estreitam na intimidade dos lares, novas relações comerciais são implementadas, inúmeras outras formas de convívio social vêm sendo praticadas, que com certeza a humanidade tem sido apresentadas de forma diferente após a pandemia do Covid-19. Conforme nos assevera o Espírito verdade, na questão 740, em o O Livro dos Espíritos, “Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem o ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo”. Não é o que estamos vendo acontecer diante de nossos olhos? Vejam a resposta dada pelos Espíritos instrutores à questão 728; que, reconhecidamente espelha nossa atual situação: “Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque o que chamais de destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos”.
Encerro esse pequeno estudo com uma frase de nosso querido e saudoso Chico Xavier, que nos traz grandes esperanças para esse momento em o mundo vive grandes transformações; “A vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a graça de Deus não possa protegê-lo”. Graças a Deus.
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