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JOSE ROBERTO TAKEO ICHIHARA
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Nossa República 134 anos depois
Por: JOSE ROBERTO TAKEO ICHIHARA

Tanto faz o regime quando as regras não valem nada

Neste 15 de novembro completamos 134 anos da Proclamação da República. Portanto, naquele longínquo 1889, o nosso país deixou de ser uma monarquia e adotou o regime republicano na forma de governo. Mas o que mudou, depois de mais de um século, para a maioria da população? Seguramente os que estão no poder continuam vivendo com privilégios negados aos cidadãos comuns. A Abolição da Escravatura e outras formas de exercer a influência sobre os demais não sofreu mudanças estruturais na Administração Pública. Alguém não percebe isso?
À parte o didatismo sobre as formas de governo do nosso país, mas simplificando a complexidade para a realidade, o que de fato melhorou na vida do pobre e dos que sobrevivem com um salário que mal dá para pagar as contas? Somente dizer que não há mais regime de escravidão não convence quem não vê qualquer alternativa de melhorar de vida como um simples trabalhador. Aliás, com a Reforma que só traria benefícios, um presidente fanático pela iniciativa privada, apesar de nunca ter trabalhado nelas, ofereceu duas opções: trabalho com e sem direitos.
Infelizmente acreditar que somente porque a figura do rei saiu de cena, mas precisando sustentar uma corte maior e mais exigente que a do imperador Dom Pedro II, a carga sobre os ombros dos vassalos modernos aumentou. A História cita que o então soberano levava uma vida espartana, se comparada com as mordomias dos atuais “servidores do povo”. O problema é que agora tudo é feito dentro das 4 linhas da nossa Constituição Federal. Portanto, a legalidade, por mais fina e frágil que seja a sua camada, é indiscutível e a Justiça nada pode fazer. Simples assim!
Quem desconhece que a vida de certas pessoas num país onde milhões não têm onde morar, muito menos o que comer, é maravilhosa. Pouco adianta se indignar porque eles apenas fazem jus ao que merecem. Afinal, quando um presidente desconhece que alguém passa fome no país que ele governa – pelo menos nunca viu ninguém nessa situação -, o que os insatisfeitos e preguiçosos têm do que reclamar? Soma-se a isso que o seu ministro da Economia afirmou que muitos continuam pobres porque gastam tudo que ganham e não investem. Por que mudar isso?
O fato é que a realeza atual continua desfrutando das benesses da mesma forma que os seus antepassados da época do Império – talvez até com mais intensidade. A vantagem da Corte da Era Republicana é que há um muro de proteção que evita os insatisfeitos ameaçarem a boa vida que levam. Portanto, a bolha da prosperidade que habitam é generosamente irrigada com recursos infinitos, assim como a invulnerabilidade que desfrutam pode ser considerado como um verdadeiro Olimpo. Por que eles deveriam se preocupar com a vida da insignificante ralé?
Rebobinando a fita sobre os acontecimentos desde a chegada do Seu Cabral, passando pela escravidão nas Capitanias Hereditárias, chegada da Família Real Portuguesa, assinatura da Lei Áurea, insurreições, Proclamação da República, Guerras Mundiais, industrialização que criou uma evasão do campo para a cidade, Ditadura Militar e tudo mais, chegamos aonde pensávamos? Para quem sempre esteve no poder, tudo melhorou muito, mas a situação pouco mudou para os que sempre estiveram na base da pirâmide social. Será por culpa dos governos progressistas?
Infelizmente as análises baseadas em fatos e dados históricos mostram um balanço pouco positivo para a grande maioria. Mas os donos do poder, se essa é a forma adequada de chamá-los, não têm do que reclamar. Na República, as pessoas da camada inferior da sociedade podem chegar a um cargo importante na máquina pública, através de concurso, da mesma forma que aos cargos dos Poderes Executivo e Legislativo, via eleições livres. O povo, nesses casos, substituiu o monarca que tinha o poder de nomear e exonerar quem ele quisesse. Mas... Como ficou agora?
Ouve-se algumas declarações que estaríamos melhor se o regime fosse uma monarquia, portanto deveríamos voltar a ele depois de mais de um século de experiências. Quem apoia isso normalmente se baseia nos modelos europeus, que oferecem uma boa qualidade de vida para a população. Mas o fato de ser um país colonizado, como no nosso caso, não pode fazer toda a diferença? Líder corrupto, déspota, sanguinário e torturador independe de o país ser monarquia ou república. A diferença é que no segundo caso existe meio legal de tirá-lo do poder. Então...

J R Ichihara
15/11/2023

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