QUAL A FUNÇÃO DO MORO?
Por: Afonso e Silva
Afinal, o Moro é um juiz ou um cabo eleitoral? A divulgação indiscriminada feita pela grande mídia de trechos da delação premiada de Antônio Pallocci contra Lula e o PT, autorizadas por ele, a 6 dias da eleição, embora não passem de notícias requentadas, tem objetivos políticos bem claros. Primeiro reedita a demonstração do ódio mortal que o juiz do PSDB nutre por Lula em particular, pelo PT e toda a esquerda em geral. O paladino da justiça da república de Curitiba, em mais esse episódio chulo, demonstra seu lado e age despudoradamente como cabo-eleitoral de Bolsonaro, já que as chances de seus candidatos preferidos, Álvaro Dias e Alckmin, são remotas. Pelo que o juiz já demonstrou em ocasiões anteriores, o ódio que tem de Lula, do qual se alimenta diariamente e compartilha com os brasileiros via a grande mídia, especialmente a Globo, é capaz de qualquer coisa. Moro faz o que bem quer, desrespeita leis e determinações superiores apenas para aparecer nas manchetes. Pior é que nada lhe acontece.
Pelos acontecimentos que se sucedem, dá a entender que Curitiba vendeu o Brasil para os Estados Unidos. O primeiro sinal surgiu com o pirraçar de Aécio contra mais uma derrota da direita imposta pelo PT, em 2014. Depois veio o golpe jurídico-parlamentar-mediático de Dilma. Em seguida a direita, - tendo a frente Temer, o pau mandado - construiu-se a pinguela para o passado. A partir daí começou o desmonte do Brasil tão desejado pelas direitas nacional e internacional. As primeiras ações foram articuladas e concebidas após um vai-e-vem de Moro aos Estados Unidos. Dessas idas e vindas creio ter surgido o documento escrito a várias mãos, que intitulo de a “Cartilha Moro-TioSan”. Nela estão as determinações que os Estados Unidos impuseram ao Brasil. Entre outras, destaco algumas que se tornam mais claras de identificá-las, quais sejam: a primeira delas foi interromper o projeto social brasileiro, concebido e iniciado no governo Lula e seguido por Dilma que é, hoje, programa-matriz considerado sucesso internacional. A segunda foi o desmontar da vigorosa e crescente indústria brasileira que estava concorrendo de igual para igual com as multinacionais americanas. A terceira foi o desfazer, a preços vis, das riquezas naturais e das empresas estatais estratégicas e lucrativas brasileiras. A quarta foi atrair investimentos estrangeiros através da precarização das relações de trabalho, da dificultação para a aposentadoria, da desregulamentação das leis trabalhistas, da destruição das lideranças de esquerda e impedir o surgimento de novas. Essa talvez seja a mais importante para que as primeiras sejam levadas a termo.
Evidentemente para que a “Cartilha Moro-TioSan” se torne exequível necessário se faz a) contar com o apoio incondicional da mídia, - principalmente a Globo -, o que é relativamente fácil, pois essa continuará dominando o mercado e praticando a sonegação fiscal como sempre ocorreu. O abastecimento das manchetes diárias para atacar a esquerda ficou sob a responsabilidade da dupla Moro-Dallagnol. Toda vez que aparece uma notícia negativa contra a direita, provocada por ela mesma, Curitiba fabrica outras tantas contra a esquerda; b) aproveitar a visão de águia da justiça brasileira, associada à cegueira dos juízes para a direita fazer o que bem quiser. Tanto que um militar já se faz integrar à equipe do presidente do Supremo, evidentemente para manter vigilância diuturna dos passos da corte, enxergar pelos ministros e fazê-los cumprir as determinações imputadas ao Brasil. A primeira demonstração disso foi a recente declaração do presidente Toffoli de que “1964 foi um movimento e não um golpe”. Certamente essa foi a primeira determinação de seu assessor militar; c) com o apoio incondicional dos militares nacionais e, se necessário como sempre ocorre nessas situações, dos militares norte-americanos acompanhado de seus armamentos e logística.
Penso que os Estados Unidos não irá permitir que a esquerda volte a governar o Brasil, muito menos disseminar seus programas de cunho social vitorioso, pela América e pelo mundo afora. Intuo que Haddad poderá conquistar uma vitória retumbante através das urnas, mas daí a tomar posse... Só se Moro deixar! Sei não. Vamos esperar para ver.
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