NOTA DESPROPOSITADA
Por: Afonso e Silva
O atual ministro da “justiça” André Mendonça, em razão de ataques praticados contra o prédio do Supremo Tribunal e agressão com palavras dirigidas aos membros da corte por alguns bolsomínios, emitiu uma nota infeliz, completamente fora do contexto e que agride frontalmente às normas constitucionais.
Depois do ato do lançamento de rojões contra o prédio do STF e de ofensas aos ministros da corte praticados por um bando de bolsonaristas extremados ontem e das respostas indignadas de algumas autoridades ameaçadas, sua excrescência soltou essa pérola: "a democracia pressupõe, acima de tudo, que todo poder emana do povo. Por isso, todas as instituições devem respeitá-lo. Devemos respeitar a vontade das urnas e o voto popular. Devemos agir por este povo, compreendê-lo e ver sua crítica e manifestação com humildade. Na democracia, a voz popular é soberana".
Com isso o ministro está querendo dizer que, para defender as promessas de campanha valem à prática de atos violentos e criminosos? Afinal, para atingir os objetivos todos os meios são válidos? Como escrito pelo poeta Ovídio em sua obra “Heroides Duplas Exitus acta probat” (1), em latim e atribuída de forma errônea a Maquiavel? Mesmo se não fosse para defender atos criminosos, a afirmação só teria um acerto de trinta por cento, simplesmente porque a parcela dos eleitores que elegeu Bolsonaro está longe de ser o povo brasileiro. Ela representa apenas trinta por cento.
Os contrários à violência, à afronta às instituições e agressões às autoridades constitucionalmente representadas, somos setenta por cento. Entendeu ministro capacho de Bolsonaro? Então, quando for defender seu patrão, não fale em nome do povo brasileiro. Limite-se à choldra.
(1) Wikipédia
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