1- Rima pobre: quando
as palavras rimadas são da mesma
categoria gramatical
(substantivo/substantivo;
adjetivo/adjetivo).
Ex.: De
repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
(Vinícius de Moraes)
Nos versos acima, as palavras
“pranto/espanto” e “bruma/espuma” são
substantivos.
2- Rima rica: quando
as palavras rimadas são de categorias
gramaticais diferentes
(substantivo/adjetivo;
verbo/substantivo).
Ex.: Mas
que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego.
(Olavo Bilac)
Nos versos acima, temos: “emprego/grego”
(substantivo/adjetivo) e “construa/nua”
(verbo/adjetivo).
3- Rima rara: é
aquela que possui sonância rara,
independente da categoria gramatical das
palavras (edifícios/orifícios;
cisne/tisne; profícuo/conspícuo;
bronco/tronco; distingo-a/língua).
Ex.: Um dia
surgiu, brilhante,
Entre as nuvens, flutuante,
Um enorme Zepelim.
Pairou sobre os edifícios,
Abriu dois mil orifícios,
Com dois mil canhões assim.
(Geni e o Zepelim – Chico Buarque)
Ex.: A alma dos
animais! Pego-a, distingo-a,
Acho-a nesse interior duelo secreto
Entre a ânsia de um vocábulo completo
E uma expressão que não chegou à língua.
(Augusto dos Anjos)
4- Rima externa: acontece
no final do verso.
Ex.: Não tem
faltado bocas de serpentes,
(Dessas que amam falar de todo o mundo,
E a todo o mundo ferem, maldizentes)
Que digam: “Mata o teu amor profundo!”
(Olavo Bilac)
5- Rima interna: acontece
dentro do verso.
Ex.: Outubro
No fim da alameda
há raios e
papagaios
de papel de seda.
(Guilherme de Almeida)
6- Rima consoante: apresenta
igualdade sonora desde a última vogal
tônica do verso.
Ex.: Eu, filho do
carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
(Augusto dos Anjos)
7- Rima toante (ou assoante): apresenta
igualdade sonora apenas entre as vogais,
a partir da última vogal tônica até o
final do verso.
Ex.: Leito de
pedra abaixo
rio menino eu saltava
saltei até encontrar
as terras fêmeas da Mata.
(João Cabral de Melo Neto)
Publicado por Maria Lucia Maragon